Tabata pede investigação contra Marçal por pagar seguidores para espalhar vídeos

Pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) enviou representação ao Ministério Público Eleitoral em que pede que o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) seja investigado por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Ele também pretende disputar o comando do município em outubro.

Assinada pelo advogado Helio Silveira, a peça apresenta diversos trechos de vídeos em que Marçal incentiva seus seguidores a se cadastrarem em um aplicativo de corte de vídeos e diz que vai remunerar os que tiverem mais visualizações. Marçal diz que "tá pagando em dinheiro" e que há quase 5.000 pessoas fazendo cortes de vídeos para ele.

Reportagem do jornal O Globo citada na representação mapeou 50 contas favoráveis a Marçal com milhões de visualizações e conteúdos com ataques a adversários e fake news. O site Núcleo Jornalismo, por sua vez, revelou em 18 de julho um canal chamado "Discord do Marçal", então com 112 mil membros e promessa de pagamento de prêmios em dinheiro para os usuários que inundarem as redes sociais com conteúdo do pré-candidato.

A representação mostra que diversos dos vídeos possuem conteúdo político-eleitoral, com ataques aos prováveis concorrentes e promoção da própria pré-candidatura.

Marçal diz nos vídeos que Nunes é fraco e "de esquerda", que José Luiz Datena (PSDB) vai desistir e que Guilherme Boulos (PSOL) cobra aluguel de pessoas que invadem casas.

Sobre Tabata, afirma que é imatura e afetada e sugere que ela abandonou o pai quando se mudou para os Estados Unidos para estudar na Universidade Harvard e que o suicídio dele teria sido consequência disso. Ela, na verdade, mudou-se do Brasil meses após o ocorrido.

A lei eleitoral proíbe a contratação de pessoas físicas ou jurídicas para que façam publicações de cunho político-eleitoral em seus perfis nas redes sociais. Além disso, também veda propaganda eleitoral antecipada, seja para divulgação própria ou para criticar os concorrentes. O período de propaganda eleitoral começa em 16 de agosto.

A peça argumenta que as ações de Marçal, que criou "um batalhão ou exército de repetidores de conteúdo, remunerados pelo candidato ou suas empresas", driblam a funcionalidade do algoritmo das redes sociais e o colocam em posição artificial de vantagem em relação aos adversários que não adotam a estratégia supostamente ilícita.

Ela manifesta também preocupação de que a Justiça Eleitoral não consiga ter controle sobre o impacto e o alcance da estratégia de Marçal na disputa de outubro.

Assinada por Tabata como presidente municipal do PSB, a representação pede, então, que o Ministério Público Eleitoral investigue a conduta do ex-coach e que, diante da confirmação de prática abusiva, apresente ação contra ele na Justiça Eleitoral.

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