Opositores de Maduro asilados em embaixada da Argentina têm rotina de tensão e incerteza

Todas as manhãs eles acordam e olham para as montanhas de Caracas, capital da Venezuela. Nos dias em que os protestos enchem as ruas, conseguem ouvir os cânticos. Mas sabem que se derem um passo para fora do complexo, podem ser presos.

Nos últimos cinco meses, os cinco principais assessores do partido da líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, têm vivido em uma residência diplomática argentina onde buscaram asilo depois que o procurador-geral do país anunciou mandados de prisão contra eles.

Foi dessa casa, situada entre as residências diplomáticas da Rússia e da Coreia do Norte, que os principais assessores de Machado conduziram uma das campanhas presidenciais mais importantes da história do país.

De alguma forma, apesar das restrições de liberdade, os cinco funcionários não só conseguiram ajudar a organizar uma campanha que levou milhões às urnas no dia da eleição, mas também mobilizaram milhares de fiscais para coletar as cédulas que poderiam provar que seu candidato havia vencido.

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Seus esforços ajudaram os Estados Unidos a reconhecer o candidato da oposição, Edmundo González, como vencedor, enquanto muitos outros países se recusaram a reconhecer a reivindicação de vitória do ditador Nicolás Maduro. Apesar de tudo isso, o líder permanece no poder, e os cinco continuam presos dentro do complexo argentino. Eles aguardam permissão oficial para deixar o país.

Tudo começou em 20 de março, quando os dois principais líderes do partido de Machado, o Vente Venezuela, foram presos e enviados ao centro de detenção venezuelano conhecido como Helicoide. A campanha estava em alerta máximo havia meses.

Em outubro de 2023, Maduro havia aceitado realizar eleições livres como parte de um acordo com os EUA para suspender sanções devastadoras, mas os funcionários do regime vinham criando obstáculos desde então, incluindo a intimidação de políticos da oposição.

Naquele momento, alguns membros do grupo crítico à ditadura já haviam se escondido temporariamente, e a maioria vivia em estado de paranoia. Após as prisões de 20 de março, um funcionário da campanha da oposição, Pedro Urruchurtu, pensou que ele e outros colegas poderiam ser os próximos.

Rapidamente, então, entrou em contato com todos os seus contatos diplomáticos em busca de qualquer embaixada que lhes desse asilo. Um deles era o chefe adjunto da missão da embaixada da Argentina, Gabriel Volpi.

O plano já estava em ação quando o procurador-geral da Venezuela anunciou em uma entrevista coletiva que estava emitindo mandados de prisão para Urruchurtu e outros quatro funcionários da sigla opositora: Magalli Meda, Humberto Villalobos, Claudia Macero e Omar González. Ele também mencionou Fernando Martínez Mottola, assessor de uma coalizão de partidos de oposição.

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