México pausa relações com embaixadas dos EUA e do Canadá após críticas
O governo do México pausou suas relações com a embaixada dos Estados Unidos no país, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador nesta terça-feira (27). A medida ocorre após o representante americano criticar a reforma judicial apoiada pelo líder que tem sido alvo de protestos internos.
"Há uma pausa", disse AMLO, como o presidente mexicano é chamado, em uma entrevista coletiva. Segundo ele, a suspensão é apenas com o posto diplomático e não com os EUA como um todo.
Na semana passada, o embaixador Ken Salazar afirmou que a polêmica proposta é um "grande risco para o funcionamento da democracia no México" e alertou para o potencial risco à relação comercial entre os dois países, os maiores parceiros comerciais um do outro.
Nos dados mais recentes, de junho, o México exportou para os EUA o equivalente a US$ 42,2 bilhões (R$ 232 bilhões) e importou dos americanos um total de US$ 27,7 bilhões (R$ 152 bilhões). A corrente de comércio, de US$ 69,9 bilhões (R$ 384,5 bilhões), equivaleu a 15,9% do total de exportações e importações registradas por Washington.
Salazar não foi o único a desaprovar o texto —o representante do Canadá no México, Graeme Clark, também alertou sobre preocupações de investimento, o que fez as relações com a embaixada do país também serem suspensas, segundo o presidente.
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Não ficou totalmente claro o que seria essa pausa nem qual impacto terá para as relações com os dois países. As embaixadas dos EUA e do Canadá não responderam imediatamente a pedidos de comentários da agência de notícias Reuters.
Após afirmar nos últimos dias que a crítica é "desrespeitosa e intervencionista", AMLO afirmou nesta terça que a pausa ocorre porque o embaixador americano quer conversar. "Não é pessoal, tivemos uma relação boa e construtiva." Salazar disse que estava aberto a falar com líderes do governo mexicano para discutir diferentes modelos de representação judicial.
"Como vamos permitir que o embaixador dê sua opinião, diga que o que estamos fazendo está errado?" afirmou o presidente. "Não vamos dizer a ele para sair do país. Mas para ele ler nossa Constituição, sim, vamos dizer." Segundo ele, a suspensão vai durar até ter segurança de que as embaixadas vão "respeitar a independência do México".
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