Nova temporada da Vaza Jato tem menos ação que a primeira

Fui o primeiro colunista de jornal grande a escrever sobre a Vaza Jato. Nas primeiras semanas, não éramos muitos. Fico feliz que, agora, uma nova série de reportagens de Glenn Greenwald, também sobre o Judiciário e também baseada em mensagens de celular, tenha sido imediatamente repercutida pela grande imprensa. Tenho certeza de que não foi porque desta vez os réus são de direita.

A 💥️Folha fez bem em publicar as matérias. O conteúdo do celular de Alexandre de Moraes nos meses do golpe de Bolsonaro tem claro interesse jornalístico. A questão é saber se as irregularidades mostradas nas gravações constituem crime ou se têm impacto substantivo para além do procedimental. A resposta, até agora, é não.

As gravações mostraram que Xandão do STF pedia investigações para funcionários do TSE, sem formalizar o pedido para Xandão do TSE, e usava os achados nas investigações conduzidas no STF contra os golpistas.

Se Xandão do STF e Xandão do TSE não fossem a mesma pessoa, isso seria sério. Imagine se o TSE na época fosse presidido por, digamos, Cármen Lúcia. Se Alexandre de Moraes pedisse investigações diretamente para funcionários do TSE, estaria dando ordens para gente sobre a qual não teria autoridade; e estaria escondendo esse fluxo de informação da autoridade competente, Cármen Lúcia.

Na vida real do segundo semestre de 2022, Alexandre de Moraes era ministro do STF e, nos termos da lei, presidia o TSE. A irregularidade procedimental não teve impacto substantivo: ninguém deu ordem que não tivesse direito de dar, nenhuma informação foi sonegada à autoridade responsável.

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