Voar entre países da Europa é um prazer que está cada vez mais caro
Jonas Martiny da Deutsche Welle 23/06/2023 09h55 Acrescente-se que a demanda de passagens é muito grande na Europa, desde a normalização do tráfego aéreo. Ao mesmo tempo, as capacidades de voos oferecidas ainda não retornaram ao nível de 2023, portanto "demanda alta coincide com oferta muito reduzida". A recuperação do setor é também mais lenta na Alemanha: segundo a Federação do Setor de Tráfego Aéreo Alemão (BDL), em 2022 a oferta nacional de voos equivalia a 70% do nível pré-pandemia — enquanto em outros países europeus essa percentagem já era de 84%. No verão de 2023 (julho a setembro), o restante da Europa estará em 95%, contra meros 85% na Alemanha. Até porque cresce sobre o setor aéreo a pressão para arcar com os danos climáticos causados por suas atividades. "Os custos ambientais de voar devem se fazer notar muito mais fortemente nos preços de passagens", antecipa Werner Reh, porta-voz do grupo de trabalho para tráfego da associação ambiental Bund. "Uma tonelada de CO2 provoca danos climáticos na casa de 180 euros", explica, e o método mais simples de orçar isso é com um imposto sobre o querosene de aviação. Assim, um voo econômico Alemanha-República Dominicana ficaria 180 euros (R$ 940) mais caro. No entanto, Reh reconhece que aplicar tal imposto em nível internacional seria "extremamente difícil". O querosene de aviação está mais caro e os combustíveis sustentáveis também ainda possuem altos preços Assim, o que nos próximos anos deverá, antes, provocar uma subida dos preços será o emprego crescente do combustíveis de aviação sustentáveis (SAF, na sigla em inglês). O pacote de medidas da União Europeia Fit for 55, por exemplo — que visa a redução das emissões carbônicas em 55%, até 2030 — estabelece quotas vinculativas de SAFs nessa área. Para as empresas aéreas, isso implica gastos por tonelada de combustível até 16% superiores aos do querosene fóssil puro. O instituto de pesquisas econômicas SEO Amsterdam Economics calcula que o pacote Fit for 55 tornará um voo de 3 mil quilômetros dentro da Europa 45 euros (R$ 235) mais caro até 2030, e 65 euros (R$ 339,50) até 2035. Isso não é tudo, porém: uma outra análise mostrou que a meta de, até 2050, zerar as emissões de CO2 do transporte aéreo europeu custará ao todo 820 bilhões de euros (R$ 4,3 trilhões). Segundo os pesquisadores, uma das consequências será o encarecimento das passagens.O que você está lendo é [Voar entre países da Europa é um prazer que está cada vez mais caro].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
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