Candidatos veem CNU como alternativa ao preconceito no mercado de trabalho

A possibilidade de enfrentar uma seleção sem preconceitos atraiu candidatos ao CNU (Concurso Nacional Unificado), maior certame do tipo no país, cujas provas acontecem neste domingo (18).

"Sou publicitário e sinto a questão de ser preto influenciar no mercado de trabalho. Já trabalhei em grandes empresas e via que era preterido em cargos de gestão pela cor da pele", afirmou Samuel Machado, 35, em um local de prova na zona norte do Rio de Janeiro.

"No concurso público, todos são iguais e é uma oportunidade de conseguir um cargo pela nossa capacidade, sem provar nada além."

Além da raça, candidatos também citam gênero, idade e origem como características que não pesam na balança na seleção de novos servidores públicos.

Edmilson Barbosa, 55, engenheiro, disse que a sua idade pode ter sido um empecilho para ele se recolocar no mercado de trabalho. Ele viu o concurso como uma oportunidade e se preparou, contratando um curso online.

"Acho que fui bem na parte da manhã, mas concurso público a gente nunca sabe", diz Barbosa, que prestou diversos concursos desde abril do ano passado, quando ficou desempregado. "Fui prestando como preparação", afirmou, enquanto guardava as folhas de resumo escritas à mão, revistas antes do início da prova da tarde.

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Alexandre Fernandes Gomes, 54 anos, também aponta a idade como fator de impedimento para voltar a ter registro em carteira. "A gente vê os jornais falando que o Brasil nunca teve tanta carteira assinada nos últimos tempos. Mas quem trabalha com nível superior ou com uma renda considerável não é nem chamado para entrevista", diz.

Advogado e técnico em contabilidade, atuou em multinacionais até perder o emprego em 2017. Foi incentivado pela filha a tentar o Enem dos Concursos. Foi ela quem fez a sua inscrição. "Tenho inglês, espanhol e experiência viajando o mundo a trabalho, mas já mandei mais de 2.000 currículos e não consigo nada. É o primeiro concurso que eu presto, aqui fora as coisas estão muito difíceis".

Ele diz que a experiência de amigos é similar. "Tenho colegas superintendentes de TI de multinacionais que perderam o emprego e também não conseguem se recolocar. Minha ex-esposa é servidora no Rio de Janeiro, amigos que estão concursados estão ótimos. Eu atuo como autônomo com um sócio, mas as coisas são muito inconstantes."

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