Da próxima vez que tomar um duche, ‘cumprimente’ o universo microscópico que o observa de cima & E

Da próxima vez que tomar um duche, não se esqueça de olhar para cima: por trás da aparência inocente de um chuveiro existe um universo microscópico fascinante e, por vezes, um pouco nojento & um mundo onde, de acordo com o jornal espanhol ‘ABC’, milhões de microrganismos travam uma batalha constante pela sobrevivência e que merece um pouco de atenção.

Pode imaginar o seu telefone do duche como uma pequena cidade medieval, húmida e quente, repleta de ruas estreitas e cantos escuros & um labirinto de tubos e buracos onde vive uma grande variedade de microrganismos. Nestas ‘ruelas’ estreitas, bactérias, fungos e vírus coexistem em harmonia caótica, numa comunidade microbiana única, que encontraram nas nossas casas de banho o lugar perfeito para viver e se reproduzir.

As bactérias são, sem dúvida, as mais numerosas e diversas. Desde as conhecidas E. coli, que escapam dos nossos intestinos, às pseudomonas, amantes da humidade e capazes de formar biofilmes deslizantes e pegajosos & estes biofilmes atuam como escudos protetores, protegendo as bactérias dos perigos externos e facilitando a sua sobrevivência.

Os fungos são microrganismos filamentosos que encontram um banquete de nutrientes, como vestígios de sabão e champô. Aí formam colónias ramificadas que aderem tenazmente às superfícies, criando um aspeto esbranquiçado e viscoso.

💥️O perigo dos biofilmes

Um biofilme é uma comunidade de microrganismos, principalmente bactérias, que aderem a uma superfície e estão envolvidos numa matriz pegajosa produzida por eles próprios. Esta matriz, formada por substâncias como proteínas, polissacáridos e ácidos nucleicos, confere proteção e permite que estes comuniquem entre si.

A primeira fase da formação de um biofilme é a adesão, que basicamente consiste nas bactérias a nadarem livremente na água até encontrarem uma superfície adequada, à qual se agarram graças a estruturas bacterianas denominadas pili. Depois, começam a produzir a matriz extracelular, uma substância pegajosa que as une e aumenta a sua aderência à superfície.

Aos poucos o biofilme cresce, a matriz torna-se mais espessa e complexa, formando canais que permitem a circulação de nutrientes e a eliminação de resíduos. Quando as condições ambientais se tornam desfavoráveis, algumas bactérias podem desprender-se do biofilme e iniciar uma peregrinação que as leva a colonizar novos locais.

Por tudo isto, é fácil compreendermos que os biofilmes podem tornar-se um grave problema para a saúde, uma vez que as bactérias nelas contidas tornam-se mais resistentes aos desinfetantes e aos antibióticos, uma vez que estão protegidas pela matriz.

💥️A luta pela sobrevivência

Embora tenhamos descrito o nosso chuveiro como uma comunidade harmoniosa, a vida nele é complexa e há uma luta constante por recursos. As bactérias competem por espaço e nutrientes, os fungos expandem as suas colónias e os vírus procuram novas células para infetar. A tudo isto devemos juntar a água quente e o sabão que utilizamos para limpar o nosso corpo, que criam um ambiente dinâmico e mutável, favorecendo a proliferação de microrganismos.

Por isso, agora já sabe: da próxima vez que tomar banho, lembre-se que não está sozinho, que milhões de microrganismos o estão a observar de cima.

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