Bolsonaristas apostam em efeito Vaza Jato para ex-presidente

Aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada Bia Kicis (PL-DF) avalia que a revelação da 💥️Folha de que o ministro Alexandre de Moraes (STF) usou o Tribunal Superior Eleitoral de maneira informal para investigar bolsonaristas no Supremo Tribunal Federal pode ter efeito semelhante ao da Vaza Jato para o presidente Lula (PT).

A Vaza Jato revelou conversas do então juiz Sergio Moro que colocaram a imparcialidade do ex-juiz em dúvida. Em 2023, o ex-ministro de Bolsonaro foi declarado parcial na condução do processo do tríplex de Guarujá (SP), que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão por 580 dias.

Como a 💥️Folha mostrou, o gabinete de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal durante e após as eleições de 2022.

Bia Kicis avalia que é possível traçar um paralelo entre os dois episódios. "Toda condenação do Lula foi anulada com base numa prática bem semelhante a essa", diz. "Mas agora o que está acontecendo é muito pior. O ministro Alexandre está usurpando funções. Ele está, ele mesmo, se atribuindo poder de polícia. Ele está mandando achar crime", afirma.

"Agora ficou provado que ele era suspeito, que não podia votar nada disso. Porque ele era totalmente parcial", continua. "Então pelo mesmo motivo que se anulou lá atrás a condenação do Lula, eu acho que tem que aplicar agora. A consequência deve ser a anulação dos atos mesmo e a liberação de quem está preso [pelos ataques de 8 de Janeiro]."

Um dos articuladores do pedido de impeachment contra Moraes, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) evita ser assertivo que nem a deputada, mas afirma que é possível falar em parcialidade do ministro. "Isso salta um pouco aos olhos agora com essas revelações. Muitas decisões foram tomadas pelo TSE de uma forma, do nosso modo de entender, parcial."

Para a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), os episódios relatados pela Folha reforçariam ainda a tese de que houve interferência nas eleições.

"E não estou nem falando daquele assunto proibido, de fraude nas urnas. Estou falando das interferências que estão provadas. Por exemplo, quando a gente postava alguma coisa ligando o Lula ao [líder venezuelano Nicolás] Maduro, eles [TSE] davam multas. Mandavam tirar", diz. "Esse tipo de interferência de uma justiça que não foi imparcial é muito grave."

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