Agência de talentos cria clones digitais de artistas para proteger suas imagens

Ano passado, o rosto de Christopher Reeve foi recriado digitalmente para que Superman, personagem que interpretou em quatro filmes entre 1978 e 1987, fizesse uma participação especial na aventura "The Flash". A família do ator, morto em 2004, não teve nenhum envolvimento com a decisão do estúdio e nem mesmo chegou a assistir ao longa.

A atriz Scarlett Johansson recebeu uma oferta de Sam Altman, CEO da OpenAI, uma das principais empresas de pesquisa em inteligência artificial, para "emprestar" sua voz para uma nova assistente ao usuário. Johansson recusou por "razões pessoais", mas ficou "chocada, indignada e atônita" quando, em maio deste ano, a OpenAI lançou uma assistente virtual com uma voz "assustadoramente similar" à sua —ao ponto de os amigos mais próximos da atriz não conseguirem diferenciar as duas.

"Numa época em que todos lutamos contra deepfakes e pela proteção da nossa imagem, do nosso trabalho e das nossas identidades, acredito que estes são assuntos que merecem transparência absoluta", disse a estrela em um comunicado oficial. Apesar de Altman ter declarado ser fã de "Ela", filme em que a atriz faz uma assistente virtual, a empresa nega ter "imitado" a voz de Johansson e teria usado uma intérprete menos conhecida para a função.

A utilização de réplicas digitais foi um dos pontos de maior desentendimento entre os estúdios e os atores na greve que parou Hollywood por 118 dias, no segundo semestre de 2023. Com o novo acordo entre as partes, os produtores que decidirem usar "dublês digitais reconhecíveis" precisarão negociar antes de cada utilização e não mais de forma indiscriminada. O uso de figuras geradas inteiramente por computação gráfica e sem base humana identificável continua sem a necessidade de autorização, algo que deve ser um dos pontos da próxima revisão de contrato, em 2026.

Como as leis de proteção de propriedade intelectual ainda estão engatinhando no campo da inteligência artificial, exemplos como estes serão cada vez mais comuns em Hollywood. Por isso, a Creative Artists Agency (CAA), uma das mais poderosas agências de talentos do mundo e que também gerencia a carreira de Johansson, decidiu dar um passo adiante: ela criou a CAA Vault, uma base de dados audiovisual que cria e armazena "dublês digitais" dos seus clientes, protegendo suas imagens e vozes e criando todo um novo mercado de artistas virtuais.

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