Bolsa tem alta firme, com Vale e inflação dos EUA em foco; dólar marca R$ 5,65

O dólar fechou em alta de 0,17% nesta sexta-feira (26), aos R$ 5,657, em linha com o movimento de valorização em outros mercados emergentes. Os últimos dados de inflação dos Estados Unidos foram o destaque do dia, com investidores buscando sinais sobre o futuro da política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA).

Já a Bolsa avançou 1,22%, aos 127.492 pontos, embalada por ganhos firmes da Vale após a divulgação do balanço corporativo do segundo trimestre.

Na semana, o dólar acumulou elevação de 0,96%, enquanto o Ibovespa perdeu 0,10%.

Os investidores repercutiram a última leitura do PCE (preços de gastos com consumo, na sigla em inglês), que subiu 0,1% no mês passado, depois de ficar inalterada em maio. No período de 12 meses até junho, o índice de preços avançou 2,5%, de 2,6% em maio.

O indicador é a medida preferida do Fed para aferir a inflação e, assim, balizar as decisões sobre juros. A autoridade monetária dos Estados Unidos se reúne na próxima semana, entre terça e quarta-feira, para bater o martelo sobre a taxa de referência.

O Comitê de Política Monetária do BC (Banco Central) também se reúne nestas mesmas datas –e a decisão de ambas as autarquias será conhecida na quarta-feira, dia apelidado de "super quarta" pelos agentes financeiros.

A expectativa é que tanto aqui, quanto nos EUA, os juros permaneçam inalterados. A Selic está em 10,50% ao ano, enquanto a taxa norte-americana se encontra na faixa de 5,25% e 5,50%.

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Os dados de inflação do PCE, assim como os do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados na véspera, apontam que as pressões sobre os preços ao consumidor estão diminuindo e se aproximando da meta de 2% estipulada pelo Fed.

Isso reforça a tese de que a autarquia poderá cortar a taxa de juros na reunião de setembro, a próxima depois da que acontecerá na semana que vem, o que dá fôlego aos investidores e atratividade aos mercados emergentes.

A ferramenta CME FedWatch, que monitora as apostas do mercado quanto à política monetária dos EUA, aponta que as chances de um corte em setembro subiram para 95%. Segundo Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos, o movimento é positivo para o Ibovespa.

"A queda dos juros por lá favorece o Ibovespa, porque estimula a procura de investidores por países de mais risco, como o Brasil. Com isso, há uma entrada de dólares para que o investidor possa comprar real e aplicar na Bolsa, o que leva à valorização da nossa moeda", afirma.

O dólar nesta sexta, no entanto, reverteu perdas vistas mais cedo ainda no início da tarde. A justificativa recai na atratividade do iene japonês, que vem se beneficiando da expectativa de aumento de juros pelo Banco Central do Japão.

Um iene valorizado ante o dólar e a possibilidade de diminuição no diferencial de juros entre Japão e Estados Unidos levam investidores a reverter operações de "carry trade", isto é, quando tomam ativos em locais com juros baixos para rentabilizar em outros com juros mais altos. Isso provoca uma fuga de capitais de emergentes para sustentar essa reversão no mercado japonês.

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Na cena corporativa, a Vale foi destaque no pregão da B3, com alta firme de 1,60%. A mineradora reportou que o lucro líquido mais que triplicou entre abril e junho na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo a marca de US$ 2,77 bilhões.

O lucro da companhia, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, ficou acima da expectativa de analistas consultados pela LSEG, que esperavam lucro de US$ 1,7 bilhão. O resultado foi também 65% maior que o registrado no primeiro trimestre, quando somou US$ 1,68 bilhão.

JBS teve forte alta de 6,72%, endossada por relatório de analistas do JPMorgan que elevaram a recomendação de compra de papéis da empresa.

Petrobras operou mista, com os preferenciais recuando 0,11% e os ordinários avançando 0,29%.

Já a Usiminas desabou 23,55% em meio à repercussão do resultado do segundo trimestre, que mostrou Ebitda ajustado de R$ 247 milhões, uma queda de 33% na comparação anual. O dado ficou abaixo da média de projeções compiladas pelo LSEG, de R$ 444,7 milhões.

A companhia ainda disse que a desvalorização do real ante o dólar deve levar à elevação de preços do aço nos próximos meses.

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