Esgoto de SP será monitorado para vacina mais eficaz contra a gripe

Um grupo de pesquisas do Institut Pasteur de São Paulo analisará amostras do esgoto da capital paulista para monitorar o vírus influenza, causador da gripe. O objetivo do estudo é identificar novas cepas do vírus, o que pode ajudar no desenvolvimento de uma vacina mais eficaz contra a doença.

Coordenado pelo virologista e biomédico Rúbens Alves, 32, o grupo Vigilância Genômica e Inovação em Vacinas iniciou a pesquisa no último mês com financiamento do Institut Pasteur de Paris e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Alves explica que a linha de pesquisa se debruça no vírus influenza pelo potencial infeccioso que ele tem no Brasil e no mundo. "É o que mais matou pessoas de forma pandêmica no mundo. Mais de 50 milhões. Por ano, cerca de um bilhão se infectam com ele".

Ele cita também os recentes casos de gripe aviária H5N1 em países como os Estados Unidos, o que reacende o alerta para o perigo do vírus.

Com foco no combate a esse patógeno, o grupo pretende analisar o material genético do vírus que pode estar no esgoto, com coletas periódicas.

Alves explica que o esgoto pode trazer respostas sobre a transmissão de doenças e os causadores de infecções, como a influenza, por meio dos fluidos e dejetos humanos.

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Tais monitoramentos em águas residuais já ocorreram durante a pandemia de Covid, quando o esgoto de Niterói (RJ), por exemplo, foi analisado para rastrear a transmissão do coronavírus.

Segundo o virologista, identificar o influenza por meio dessas amostras pode ser fator preponderante para traçar eventuais ameaças pandêmicas ou surtos de infecção, além de planejar ações eficazes para o controle da gripe.

"Se você entende a dinâmica do vírus, o Ministério da Saúde e a Secretaria do Estado da Saúde podem atuar melhor. A intenção, no fundo, é prevenir uma nova pandemia", diz Alves.

Vacina mais ágil

O grupo, que trabalhará na pesquisa por cerca de cinco anos, pretende identificar no esgoto fragmentos de RNA, material genético do vírus, e desenvolver uma prova de conceito, nesse caso, uma espécie de protótipo de uma vacina que mostre a capacidade de ser mais eficaz contra o vírus em questão.

A ideia é desenvolver uma vacina de RNA mais segura e eficaz em que a nova cepa do vírus poderá ser trocada rapidamente. A OMS (Organização Mundial da Saúde) é quem monitora as cepas circulantes e potencialmente pandêmicas do vírus da influenza no mundo.

Com coleta do RNA no esgoto, é possível identificar o vírus antes da propagação —já que o patógeno pode estar presente no organismo sem manifestar os sintomas da doença.

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