Explosão perto de sinagoga fere policial na França; Macron fala em terrorismo

Um policial ficou ferido depois que um carro explodiu no estacionamento de uma sinagoga neste sábado (24) em La Grande-Motte, no sul da França, no que tem sido considerado um ataque terrorista e antissemita. De acordo com a polícia, o agente ferido não corre risco de morte.

Após uma busca feita por 200 policiais franceses, um homem foi preso. Segundo a BFM TV, o suspeito tem 33 anos e é argelino. A polícia não divulgou detalhes.

Em pronunciamento, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, anunciou uma visita à sinagoga Beth Yaacov em La Grande-Motte.

Dentro da sinagoga havia cinco pessoas, incluindo o rabino, mas nenhuma ficou ferida, segundo a Procuradoria Nacional Antiterrorismo. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, classificou o ataque como um "ato claramente criminoso".

"Esse foi um ataque antissemita. Uma vez mais, nossos compatriotas judeus são alvo", disse Gabriel Attal. "Não vamos desistir. Contra o antissemitismo, contra a violência, nunca seremos intimidados." O primeiro-ministro prometeu aumentar a segurança de sinagogas em todo o país.

La Grand-Motte é uma pequena cidade na costa mediterrânea da França de pouco mais de 8 mil habitantes, próxima a Montpellier e a 755 quilômetros de Paris.

Uma pessoa com conhecimento das investigações disse à agência de notícias AFP que imagens de uma câmera de segurança mostram que o suspeito carregava uma bandeira da Palestina consigo durante o ataque.

Outra pessoa ouvida pela AFP confirmou a informação sobre a bandeira e disse que o homem carregava duas garrafas vazias e deixou o local a pé. Em uma das imagens, ele parecia armado, possivelmente com uma pistola.

"Faremos de tudo para prender o autor desse ato terrorista e proteger os lugares de culto", disse o presidente, Emmanuel Macron. "A luta contra o antissemitismo é um combate constante de toda a nação, unida."

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Dois carros foram incendiados no estacionamento da Sinagoga e pelo menos um deles continha um botijão de gás que causou a explosão, de acordo com a polícia. Após a explosão, também ocorreu um incêndio na entrada da sinagoga, embora as chamas tenham sido rapidamente extintas, segundo os investigadores. Duas portas do templo foram danificadas.

"Explodir um carro em frente à sinagoga em Grand Motte justo no horário no qual se espera que os fiéis cheguem não é simples incêndio criminoso, é uma clara tentativa de matar judeus", disse Yonathan Arfi, da organização CRIF, que reúne uma série de grupos judaicos no país.

Uma série de países europeus elevaram o estado de alerta para ataques antissemitas desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro. De acordo com alguns levantamentos, esses casos aumentaram drasticamente desde então —um relatório da União Europeia apontou que 96% dos judeus europeus dizem ter sofrido antissemitismo no seu cotidiano ou na internet nos 12 meses anteriores à pesquisa.

A França abriga a maior população judaica fora de Israel e dos Estados Unidos, e também a maior comunidade muçulmana da União Europeia. O governo francês contabilizou 887 atos antissemitas no primeiro semestre de 2024, quase três vezes mais do que no mesmo período de 2023.

Com Reuters e AFP

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