Desigualdade social pode explicar maior mortalidade de câncer de mama em mulheres negras

O que vem à sua cabeça quando ouve falar em câncer? Para muitas pessoas, a palavra ainda é sinônimo de uma doença terrível, que assusta e afeta a vida não só do paciente mas de todo o seu núcleo familiar. Hoje sabemos que existem diferentes tipos de cânceres, não apenas pelos órgãos e tecidos que são afetados, mas também pelos níveis de agressividade. Conhecemos mais possibilidades de tratamentos e sabemos quais são as populações mais comumente afetadas.

Do ponto de vista epidemiológico, molecular e clínico, o estudo do câncer permitiu uma melhor compreensão da doença e tem possibilitado tratamentos cada vez mais específicos e individualizados. É a chamada "medicina de precisão". O que antes era visto como uma sentença de morte, hoje já tem saídas. Pelo menos em muitos casos.

Por que, então, tantas pessoas ainda morrem de câncer? Há diferentes respostas para essa pergunta. Muitos casos são descobertos quando a doença já está bem avançada, o que diminui bastante as chances de cura. Esse diagnóstico tardio, por sua vez, pode estar associado a diferentes fatores, desde à própria característica da doença, já que alguns tipos de câncer demoram a apresentar sintomas ou não possuem sintomas específicos, até à dificuldade de acesso ao sistema de saúde.

Além disso, o acesso, ou a falta dele, também afeta a oferta de tratamentos mais específicos e a adesão aos tratamentos. E, do ponto de vista molecular, diferentes alterações podem resultar no desenvolvimento de cânceres de comportamento biológico mais agressivos ou cânceres para os quais os tratamentos disponíveis não são tão eficazes.

Foi esta diversidade de aspectos que motivaram a minha pesquisa. O câncer de mama é o tumor que mais atinge e que mais mata mulheres no Brasil e no mundo. Com os avanços técnico-científicos, foi possível determinar que o câncer de mama também não é uma doença única e, portanto, desenvolver uma classificação baseada em alterações moleculares desse tumor.

Com isso, hoje o tratamento do câncer de mama é feito de acordo com a presença de marcadores específicos. Se os tumores apresentam receptores de hormônios (estrogênio e progesterona), são tratados com terapia anti-hormonal; já se apresentam um receptor de fator de crescimento específico (HER2), são tratados com uma terapia contra esse receptor (terapia-alvo).

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