Diretora do Serviço Secreto dos EUA renuncia após assumir falhas em atentado contra Trump

A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, renunciou nesta terça-feira (23) após a agência ser duramente criticada por não conseguir impedir o atentado que feriu o ex-presidente Donald Trump durante um comício na Pensilvânia.

O Serviço Secreto, responsável pela proteção dos presidentes e ex-presidentes americanos, além de familiares deles e chefes de Estado visitantes, enfrenta crise depois que Trump foi alvo do ataque. A agência ainda é responsável por fazer varreduras para garantir a segurança, além de coordenar ações com forças locais e estaduais.

"A revisão independente sobre o que aconteceu em 13 de julho [dia do atentado] continua. Estou ansioso para avaliar as conclusões", disse o presidente Joe Biden em comunicado. "Todos sabemos que o que aconteceu naquele dia nunca pode acontecer novamente."

O vice-diretor do Serviço Secreto, Ronald Rowe, na agência há 24 anos, atuará como diretor interino, de acordo com o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas —o Serviço Secreto está institucionalmente sob o guarda-chuva do departamento comandado por Mayorkas.

A agência enfrenta investigações sobre seu desempenho conduzidas por múltiplos comitês do Congresso americano e pelo órgão de controle do Departamento de Segurança Interna. Biden, que desistiu de sua campanha de reeleição no domingo (21), também pediu uma revisão independente do Serviço Secreto.

Cheatle lida com críticas tanto de republicanos como de democratas. Ela compareceu à audiência do Comitê de Fiscalização da Câmara dos Deputados, na segunda-feira (22), e se recusou a responder perguntas de parlamentares sobre o plano de segurança para o comício e sobre como as forças de responderam ao comportamento suspeito do atirador —observado e filmado por eleitores que estavam no local.

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Vários parlamentares de ambos os partidos tinham pedido a renúncia de Cheatle. Segundo a imprensa americana, ela enviou um email interno comunicando sua decisão de deixar o cargo aos funcionários da agência.

Trump, o candidato presidencial republicano, foi atingido de raspão na orelha direita e um participante do comício foi morto. O atirador, identificado como Thomas Crooks, 20, foi baleado e morto por um atirador do Serviço Secreto.

"Embora a renúncia da diretora Cheatle seja um passo em direção à responsabilização, precisamos de uma revisão completa de como essas falhas de segurança aconteceram para que possamos evitá-las no futuro", disse James Comer, presidente republicano do Comitê de Fiscalização da Câmara, em comunicado. "Continuaremos nossa supervisão do Serviço Secreto."

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