Propaganda de fatos pela EPE: emergência climática requer realismo

Em 2024, a Empresa de Pesquisa Energética completa 20 anos. A EPE se destacou por estudos e pesquisas de alta qualidade no setor energético, atraindo bilhões ao Brasil. A transição energética e a neutralidade climática requerem realismo e respeito à população.

Especialistas como Vaclav Smil, Daniel Yergin e Bill Gates apontam que a transição energética deve ser cuidadosa para não prejudicar a acessibilidade dos preços de energia. O Brasil possui cerca de 50% de renováveis na matriz energética primária e mais de 90% de fontes renováveis na matriz elétrica. Apesar disso, alguns especialistas afirmam que o país está atrasado na transição energética.

A crítica ao Brasil muitas vezes esconde vieses neoprotecionistas de regiões que têm grandes responsabilidades pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa. Se a narrativa fosse realista, os produtos brasileiros teriam um prêmio no mercado por seu conteúdo energético renovável, mas isso não ocorre.

A transição energética justa e inclusiva do Brasil depende da indústria de O&G para combater a pobreza e financiar a adoção de novas tecnologias de baixa emissão de carbono. A indústria de O&G precisa descarbonizar suas atividades para continuar no mercado. As tecnologias e modelos de negócios de baixa emissão são essenciais para manter e entregar valor nas próximas décadas.

O Brasil oferece oportunidades globais para a descarbonização dos negócios. As sinergias entre O&G, biocombustíveis, hidrogênio, geração renovável e tecnologias de captura e armazenamento de carbono reforçam o posicionamento estratégico nacional. O Brasil está na vanguarda de uma transição energética justa, inclusiva e realista.

O petróleo brasileiro apresenta tripla resiliência (técnica, econômica e ambiental), sendo um dos que têm menor intensidade de carbono no mercado internacional. Produzir e exportar petróleo brasileiro é melhor para o planeta do que consumir petróleo de outras regiões.

A transição energética é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Correr uma maratona no ritmo de 100 metros não nos levará à linha de chegada. Equacionar a emergência climática depende de todos os países, não apenas do Brasil, que está à frente de outras nações em termos de matriz energética.

Construir o futuro da energia com dados e informações qualificadas é mais trabalhoso do que construir narrativas, mas é o único caminho seguro para realizar a transição energética, apresentar a contribuição brasileira para a emergência climática e promover um debate realista sobre os caminhos mais adequados ao nosso país.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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