Comunicação bem-feita melhora tudo, diz Haddad após queda do dólar

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) indicou na noite desta quarta-feira (3) que a redução nos ruídos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contribuiu para o alívio o dólar, que fechou o dia cotado a R$ 5,568.

"Comunicação bem-feita melhora tudo", afirmou Haddad a jornalistas quando saía do Ministério da Fazenda para uma reunião com Lula e ministros da área econômica no Palácio do Planalto.

Na manhã desta quarta, Haddad esteve com Lula no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em encontro fora da agenda oficial. Interlocutores do ministro da Fazenda afirmam que o encontro serviu para alinhar o discurso.

Nesta tarde, Lula disse que gasta quando é necessário e que não joga dinheiro fora. Ele também afirmou que responsabilidade fiscal é compromisso de sua gestão.

"Aqui nesse governo a gente aplica dinheiro necessário, gasto com edução e saúde quando é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é palavra, é compromisso desse governo desde 2003, e a gente manterá ele à risca", disse em discurso no lançamento do Plano Safra Agricultura Familiar, no Planalto.

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O aceno de Lula contrasta com falas do próprio presidente nos últimos dias. O petista chegou a colocar em xeque a necessidade de contenção de despesas ao dizer, na quarta-feira passada (26), que primeiro precisa "saber se precisa efetivamente cortar" gastos.

Na esteira dessas e de outras declarações com críticas ao Banco Central, a cotação do dólar escalou e chegou a bater a marca de R$ 5,70 durante os negócios desta terça-feira (2).

Um dia depois, o dólar registrou queda de 1,72% diante de fatores externos e também das novas sinalizações de Lula.

Como mostrou a 💥️Folha, auxiliares do presidente já vinham defendendo moderação em suas falas para evitar um agravamento ainda maior do quado econômico. A alta prolongada do dólar poderia impactar a inflação e levar o BC a subir a taxa de juros, hoje em 10,50% ao ano.

O próprio ministro da Fazenda havia atribuído a piora nos mercados a "ruídos" na comunicação do governo.

Um ministro ouvido pela reportagem reconhece que há uma grande desconfiança quanto à capacidade do governo de cumprir as regras do arcabouço fiscal, que se agravou com reveses no Congresso Nacional e a perspectiva de um crescimento mais acelerado de despesas obrigatórias.

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