O real e o fiscal

O Plano Real foi um programa de estabilização desenhado para resolver décadas de inflação descontrolada no país. Antes dele, diversos outros planos foram tentados. Todos fracassaram.

Pela quantidade e frequência das tentativas, fica evidente que a hiperinflação era uma questão que precisava ser resolvida. Mas não se sabia muito bem como, e nem se as ações necessárias seriam viáveis politicamente.

O que então teria diferenciado o real de seus antecessores, fazendo com que apenas ele tivesse sucesso?

O Plano Real foi colocado de pé com base em dois importantes pilares. O primeiro estabeleceu uma reforma monetária criativa e inovadora: uma superindexação da economia através da criação de uma ‘quase’ moeda, a URV.

Em linhas gerais, é justamente a indexação que alimenta a inércia inflacionária através de frequentes reajustes de preços. Mas, no Plano Real, a URV servia apenas como unidade de conta. Ela tinha seu valor atualizado diariamente, mas não circulava.

Por quatro meses antes do real, a população conviveu com duas moedas: uma que perdia valor diariamente, e outra, que mantinha o seu valor estável. Neste período, diversos preços passaram a ser convertidos para URV, e em julho de 1994, quando 1 URV se converteu em R$ 1, todos os preços da economia passaram a ser denominados na nova moeda.

E, assim, como em um grande truque de mágica, o real entrou em cena, a URV e a superindexação foram abandonadas, e a inflação retrocedeu. Mas para o plano dar certo era preciso alguma coisa a mais, algo que atacasse a origem da hiperinflação.

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