Refinaria na Nigéria é a maior aposta de bilionário africano

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Se tiver sucesso, ele pode reverter uma situação irônica: o país que mais produz petróleo na África é obrigado a importar US$ 7 bilhões em combustível por ano (Imagem: REUTERS/Christian Hartmann)

Em uma península a leste de Lagos, 30.000 pessoas trabalham em um projeto que promete transformar a economia da 💥️Nigéria.

É aqui que Aliko Dangote, o homem mais rico da 💥️África, planeja gastar mais do que seu patrimônio líquido de US$ 13,5 bilhões para construir uma das maiores refinarias de 💥️petróleo do mundo.

Se tiver sucesso, ele pode reverter uma situação irônica: o país que mais produz petróleo na África é obrigado a importar US$ 7 bilhões em combustível por ano. Ele pode ir além, abastecendo o próprio mercado e nações vizinhas.

O colapso do preço do petróleo e o triste histórico da Nigéria em projetos industriais são fatores de risco significativos. No entanto, a aposta de Dangote tem potencial para revolucionar a economia do país, adicionando US$ 13 bilhões, ou 2,3%, ao PIB, de acordo com uma estimativa feita em 2018 pela Renaissance Capital.

O comandante do banco central, Godwin Emefiele, afirmou que o complexo pode empregar mais de 70.000 pessoas quando entrar em operação.

“Sim, os riscos são altos, os desafios são altos”, disse Devakumar Edwin, CEO do complexo de refino que trabalha com o bilionário há três décadas. “Mas a recompensa também é alta.”

Superlativos não faltam ao maior projeto industrial da história da Nigéria, que inclui a maior coluna de destilação do mundo para separar petróleo em vários combustíveis em diferentes temperaturas.

A refinaria com capacidade para 650.000 barris diários é apenas parte de um complexo petroquímico de US$ 15 bilhões que também terá uma processadora de gás e a maior fábrica do mundo de amônia e ureia para produção de plásticos e fertilizantes.

Tentativas anteriores da Nigéria no sentido de alcançar autossuficiência em combustíveis não deram em nada. Suas quatro refinarias estatais, inauguradas na década de 1970, operavam com uma fração da capacidade antes de serem fechadas para modernização em janeiro.

Uma investida inicial de Dangote no setor de refino naufragou. Em 2007, ele comprou uma das estatais, mas a privatização foi rapidamente revertida por um novo governo.

Esforços anteriores para usar o desenvolvimento industrial como forma de reduzir a dependência do país em relação ao petróleo deixaram a desejar.

Desde 1979, a Nigéria investiu pelo menos US$ 5 bilhões no projeto de siderurgia Ajaokuta, nas margens do rio Níger, mas a operação sequer começou.

“Como símbolo do progresso nigeriano, é muito importante”, disse Charles Robertson, economista-chefe da Renaissance em Londres, se referindo à refinaria de Dangote.

O complexo petroquímico é ambicioso mesmo para o bilionário que construiu um império que inclui fábricas de cimento em toda a África, usinas de açúcar e refino de sal.

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