Doença misteriosa já matou mais de uma centena no Congo: OMS alerta que pode estar a desenhar-se nova pandemia - Executive Diges
O surto da misteriosa doença misteriosa, já apelidada por especialistas de “Doença X”, já fez mais de 100 mortos na República Democrática do Congo (RDC), segundo confirmam as autoridades de saúde internacionais. A situação está a fazer soar alarmes a nível global, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já aponta que poderá ser um sinal de que estamos perante um novo patógeno com potencial pandémico.
A “doença X” foi detetada pela primeira vez em outubro deste ano na província de Kwango, uma região remota no sudoeste da RD Congo. A doença tem atingido principalmente crianças com menos de cinco anos e pessoas em condições de desnutrição severa, um problema prevalente na área. Os sintomas reportados incluem febre, dificuldades respiratórias, anemia e tosse, sugerindo tratar-se de uma nova doença respiratória ainda por identificar.
Jean Kaseya, diretor dos Centros de Controlo de Doenças de África, confirmou que as autoridades estão a investigar este fenómeno, enquanto equipas da OMS foram já enviadas à região para recolher amostras e realizar análises laboratoriais. Contudo, as condições geográficas e logísticas da província de Kwango têm dificultado o processo de investigação, sendo o laboratório mais próximo localizado a mais de 500 quilómetros.
“É crucial melhorar a capacidade de vigilância em áreas remotas como esta”, indicou Margaret Harris, porta-voz da OMS, citada pela Bloomberg.
O já frágil sistema de saúde da RD Congo enfrenta dificuldades adicionais devido à falta de recursos médicos e à crise de malnutrição que assola o país. Segundo o BMJ, pelo menos 10 pessoas hospitalizadas morreram por falta de sangue para transfusões, enquanto 17 outras sucumbiram a complicações respiratórias graves.
As autoridades locais têm apelado à comunidade internacional para assistência urgente na gestão desta crise. “É necessária uma resposta rápida e coordenada para conter o surto”, afirmou Dieudonné Mwamba, diretor do Instituto Nacional de Saúde Pública da RD Congo, alertando para a importância de evitar que a doença ultrapasse as fronteiras do país.
💥️Recomendações de especialistas
Até que seja identificado o agente causador e o modo de transmissão da “Doença X”, as autoridades de saúde congolesas recomendam medidas básicas de prevenção, como a lavagem frequente das mãos com sabão e a redução de grandes aglomerações.
Este surto junta-se a outros desafios de saúde pública enfrentados pela RD Congo. O país está atualmente a lidar com um dos maiores surtos de varíola dos macacos em África, com mais de 21.000 casos suspeitos reportados só este ano.
A OMS está a acompanhar de perto a evolução da situação, e os especialistas salientam a importância de uma resposta global a surtos como este. A “doença X” é vista como um lembrete do impacto potencial de pandemias emergentes e da necessidade de fortalecer os sistemas de saúde em regiões vulneráveis.
Margaret Harris reforçou: “Se não forem tomadas medidas atempadas, a próxima pandemia pode começar aqui.”
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