Até os russos acreditam que o petróleo representa 50% do PIB e não o ‘pouco’ 15%

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Instalações da Gazprom, a estatal russa de petróleo, que detém a maior margem dessa indústria no país (Imagem: Reuters/Alexey Malgavko)

Dentre as curiosidades sobre a economia da 💥️Rússia, que começam a ser desembaraçadas para os ocidentais depois que o país entrou no centro dos temores mundiais, é o desbalanço, aparente, na relação do seu 💥️Produto Interno Bruto (PIB) com o setor de 💥️petróleo.

O 💥️invasor da Ucrânia detém a terceira maior reserva de petróleo do mundo e a primeira em gás natural.

Até para os próprios russos não é muito compressível, segundo Oleg Shibanov, professor da New School of Economy da Rússia.

“A percepção na Rússia é que petróleo e gás representam cerca de metade do PIB do país, mas isso é mais provável devido ao fato de que as exportações de combustíveis fósseis representam cerca de 50 a 60% de todas as exportações”.

Em termos mais estatísticos, o PIB de 2023 foi de US$ 1,483 trilhão, em dados do Banco Mundial, ano no qual as exportações totais somaram US$ 422,7 bilhões e petróleo e gás participaram com aproximadamente 60%. Nesse ano, o conjunto das duas energias fósseis detinha 15% do PIB.

Parece pouco, mas não é

De verdade, a Rússia é pouca expressiva no seu fluxo de bens para o mercado global.

Com exceção, também, do comércio de trigo, insumos para fertilizantes e produtos químicos – este último de carona nas reservas fósseis -, a Rússia só é mais diversificada em vendas para os países Orientais, da África e do Oriente Médio, considerando, para essas regiões, a sua segunda maior indústria, a de armamento.

Vale dizer, no entanto, que pode parecer pouco a disparidade de participação no conjunto da economia, mas não é.

Mesmo tendo descido dos quase 20%, de 2023, pelo levantamento da Rosstat, agência russa de estatísticas, está só abaixo da participação da indústria petrolífera dos países do Golfo.

O único país produtor, fora os árabes, cuja relação energia-PIB mais se aproxima da Rússia, é a Noruega, com 14%, em pesquisa da Sckolkovo, centro de estudos de energia euroasiático.

Sobre 2023, até outubro, as receitas com embarques alcançaram US$ 388,4 bilhões e o os combustíveis apontavam 53%, de acordo com registos do Serviço de Alfândega do país que ocupa a Ucrânia. A rubrica energia renovável deverá passar, ou ao menos empatar com o ano anterior, uma vez que as projeções mostram que a soma dos produtos e serviços do país deve ter crescido 4%.

Fora o poderio bélico, é o contexto global dessa força na oferta de energia fóssil que assombra a Europa e o mundo, quando o primeiro adquire 40% do que precisa para os veículos, cozinha e se aquecer.

“Conflitos militares dentro da Europa, ainda mais com a participação de um país da importância da Rússia, não tem como ser vistos como uma questão regional, como ocorre com vários outros conflitos em andamento no mundo. Eles se tornam automaticamente questões globais”, analista o consultor em comércio exterior e do Programa das Nações Unidas para Países em Desenvolvimento (ONU/Pnud), Michel Alaby.

Em tempo: em 2023, a Rússia, 11ª economia mundial, ultrapassou o PIB brasileiro, de US$ 1,445 trilhão.

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