Parque Augusta completa um ano e atrai público para além da vizinhança

Eduardo Vessoni

"Todo mundo quer conhecer, o que é bastante significativo para um espaço de 23 mil m²", comenta o gestor do parque, Heraldo Guiaro, de 63 anos. Em 2022, o espaço atraiu um público mais de cinco vezes superior ao do vizinho Parque Buenos Aires, de dimensões semelhantes (18,7 mil m²), e equivalente ao do Parque da Aclimação (de 112,2 m²), ambos também na região central, segundo a Prefeitura.

💥️"Amigo"

Parque Augusta  - Eduardo Vessoni - Eduardo Vessoni

Entre os que não moram tão perto, alguns emendam passeios a outros espaços do entorno, como barzinhos, festas e restaurantes do Baixo Augusta, da Vila Buarque e da Praça Roosevelt. Por outro lado, novos edifícios se multiplicaram na região nos últimos anos, atraindo novos moradores e turistas e mudando a característica do fluxo nas calçadas, com menos comércio. O funcionamento é das 5 às 21 horas.

"A gente estende uma canga no chão, senta, conversa, às vezes bebe um pouquinho. Geralmente vou para encontrar amigos ou em um date (encontro)", descreve o estudante Merques Rodrigues de Lima, de 21 anos. Morador da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, ele conta que o Augusta se tornou o parque que visita com mais frequência, cerca de uma vez ao mês. "É confortável, tem um espacinho para tomar sol. Além disso, é um parque bem voltado para o público LGBT, então a comunidade geralmente se junta lá."

💥️Logo alí

Parque Augusta  - Eduardo Vessoni - Eduardo Vessoni

Vizinha do parque, a maquiadora Vitória Ribeiro, de 27 anos, costuma ir com um colega de apartamento para relaxar e "pegar uma corzinha". "Vou porque é perto e podemos colocar biquíni, para tomar um banho de sol", comenta. "A gente fica lá, conversando, tira bastante foto, depois posta na rede social."

Já o arquiteto Julio Dantès, de 57 anos, frequenta o parque principalmente para realizar atividades físicas. Embora more mais perto da Avenida Paulista, opta por ir até o Parque Augusta. "Por ordens médicas, preciso caminhar todos os dias. Mandaram escolher um lugar que gostasse", explica. "Acho gostoso o local, acho 'mó' barato o pessoal tomando sol na grama, me sinto em Nova York, no Central Park."

Professor do Mackenzie, o urbanista Matheus Casimiro comenta que o Augusta é um parque com peculiaridades que ajudam a explicar a alta procura. Uma delas é que se tornou conhecido antes mesmo da abertura, pela ampla repercussão dos movimentos pela implementação.

Além disso, o parque está localizado nas proximidades de estações de metrô e corredores de ônibus, o que facilita o acesso, e de espaços públicos populares na cidade, como o Baixo Augusta, a Praça Roosevelt e o Minhocão. "É uma potência que o Parque Buenos Aires, por exemplo, não tem."

💥️Custo

Em 2018, a Prefeitura fez um acordo com as construtoras proprietárias para a instalação do parque, por R$ 11 milhões, e, no ano seguinte, firmou o termo de transferência. As empresas ganharam créditos para erguer prédios acima do limite básico em outras áreas da cidade sem pagar taxa adicional.

O bulevar que integra o acordo de implementação ainda não saiu do papel. A proposta é de que ligue o Parque Augusta à Praça Roosevelt pela Rua Gravataí.

Segundo nota da Prefeitura, o valor de R$ 250 mil foi depositado pelas construtoras e a gestão Ricardo Nunes (MDB) está "em tratativas com condomínios da região para dar início à execução". A obra envolverá basicamente a reforma de calçadas e a implantação de paisagismo. O projeto não tem relação com o mirante que a Prefeitura pretende adotar na Rua Augusta, em frente à Praça Roosevelt, com vista para a Ligação Leste-Oeste.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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