Afrouxamento monetário global dificulta nova “guerra cambial”

Graças ao afrouxamento monetário sincronizado, quaisquer movimentos simultâneos para enfraquecer as moedas podem se anular mutuamente, tornando as atuais políticas uma perda de tempo (Imagem: Paul Yeung/Bloomberg)

As maiores economias do mundo parecem desejar uma moeda mais fraca diante dos crescentes riscos para o crescimento. Com isso, conseguir enfraquecer o dólar, o euro ou outra moeda de peso fica mais difícil.

O presidente dos Estados Unidos, 💥️Donald Trump, tem repetidamente pressionado o 💥️Federal Reserve para reduzir os juros, além de reclamar que o dólar americano está muito valorizado. Mas Trump não é o único. Apesar de não mencionar a taxa de câmbio explicitamente, o Banco Central Europeu tem tudo pronto para afrouxar sua política monetária, o que deve desvalorizar a moeda comum do bloco.

No 💥️Japão, o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, disse que a instituição “continuará persistentemente com um poderoso afrouxamento monetário” para acelerar a inflação. Na 💥️China, o banco central parece preparado para aumentar os estímulos e retomar o crescimento econômico.

Graças ao afrouxamento monetário sincronizado, quaisquer movimentos simultâneos para enfraquecer as moedas podem se anular mutuamente, tornando as atuais políticas uma perda de tempo.

“Todo mundo está puxando o mesmo pedaço de corda”, disse Charles Diebel, chefe de renda fixa da Mediolanum Asset Management. “Se você tem o Fed e o BCE afrouxando, é apenas um jogo relativo. É muito difícil que a volatilidade das moedas permaneça elevada.”

“Guerra cambial”

Apesar da postura dovish do Fed, o desempenho do dólar tem sido superior ao da maioria das moedas do Grupo dos 10 neste trimestre. O Banco da Coreia surpreendeu os mercados com um corte dos juros na semana passada, mas o won perdeu força apenas por um breve período. O Banco Nacional da Suíça continua afirmando que tem margem de manobra para reduzir a taxa de juros, mas o franco se mantém forte contra o euro.

Estrategistas de câmbio dizem que o risco de uma medida dos EUA para enfraquecer o dólar aumentou depois de o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, ter dito na semana passada que não há mudança na política cambial do país “por enquanto”.

Bem-vindo à corrida rumo ao piso. Em 2010, quando os principais bancos centrais do mundo imprimiam dinheiro e cortavam os juros, o que desvaloriza suas moedas, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou o movimento de “guerra cambial”. A diferença é que, na época, o dólar estava em queda, e outros países tentavam acompanhar a moeda americana.

Agora, o dólar está entre as moedas mais sobrevalorizadas do G-10, segundo um modelo do Banco de Compensações Internacionais sobre a taxa de câmbio real efetiva.

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