Câmara do Porto permite abate de sete das 48 árvores da IP na zona da Prelada



A Câmara do Porto vai permitir o abate de sete das 48 árvores tuteladas pela Infraestruturas de Portugal (IP) na zona da Prelada por apresentarem “problemas biomecânicos” que podem comprometer pessoas e bens, foi hoje revelado.

“Aquilo que iria ser um abate massivo, afinal representa só o abate de sete árvores”, afirmou, em declarações à Lusa, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo.

Em março, o município do Porto suspendeu o abate de árvores, que servem como barreira acústica na Prelada, junto à Via de Cintura Interna (VCI), por não ter sido informado da intenção da Infraestruturas de Portugal (IP).

Em causa estava o abate de cerca de 60 choupos na rua Maria Lamas. Antes da suspensão, a IP chegou a abater uma dezena de árvores, com cerca de 60 anos, avançou à época Filipe Araújo, que também detém o pelouro do Ambiente.

À Lusa, Filipe Araújo esclareceu hoje que a IP entregou uma proposta e relatório para o abate de sete das 48 árvores naquela zona da cidade, tendo a autarquia entendido permitir o respetivo abate.

As sete árvores “apresentam problemas biomecânicos devido às copas esguias e pouco ramificadas”, o que poderá comprometer pessoas e bens, esclareceu.

“Isto prova que, afinal, não estavam todas as árvores em mau estado”, afirmou Filipe Araújo, acrescentando que os restantes exemplares vão sofrer “uma intervenção ao nível da poda”.

Questionado se o abate pressupõe a plantação de novos exemplares, o vice-presidente afirmou que a situação ainda está a ser avaliada com a IP.

Em março, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, condenou a atuação da IP relativamente a esta matéria.

“Sem que a Câmara Municipal do Porto tivesse sido informada, a IP resolveu deitar abaixo um conjunto extenso de árvores & cerca 60 árvores que ladeiam a VCI [Via de Cintura Interna] & e nós, pura e simplesmente, não fomos informados dessa situação”, disse.

Também na altura, o comandante da Polícia Municipal, Leitão da Silva, esclareceu que um dos abates estava a ser feito sobre uma das faixas de rodagem da VCI “sem cumprir os ‘standards’ mínimos de segurança”.

Em resposta então à Lusa, fonte oficial da IP referiu que “os serviços operacionais foram previamente informados da necessidade e do motivo que levou à necessidade do corte de trânsito”.

Já num comunicado enviado às redações, a IP informou que as árvores, de idade avançada, tinham “problemas fitossanitários, estando em causa a estabilidade das mesmas”, tendo promovido, nos últimos anos, “diversas ações com o objetivo de obter a regeneração das referidas árvores, sem que, no entanto, tenha sido possível reverter a situação”.

A decisão de abate “tem por base uma avaliação por parte dos serviços técnicos e ambientais da IP”, visando “garantir as condições de segurança de pessoas e bens”.

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