Apple tem de convencer o Congo que não são utilizados minerais de sangue nos iPhones
Depois de inúmeras alegações e contra-alegações sobre a utilização de minerais de sangue nos iPhones, agora, a Apple garante aos representantes do Congo que não utiliza tais materiais nos seus smartphones. O que se passa?
Esta semana foram apresentadas queixas criminais contra as filiais da Apple em França e na Bélgica, acusando a gigante tecnológica de utilizar minerais de sangue, provenientes da República Democrática do Congo (RDC), na sua cadeia de abastecimento.
A RDC é uma das principais fontes de estanho, tântalo e tungsténio, minerais essenciais para a produção de dispositivos eletrónicos, como os smartphones.
No entanto, algumas minas da RDC são controladas por grupos armados envolvidos em graves violações dos direitos humanos, como massacres e abusos, de acordo com especialistas da Organização das Nações Unidas e grupos de defesa dos direitos humanos.
Após inúmeras alegações sobre a utilização de minerais de sangue nos iPhones, a Apple e o Congo estão de novo em confronto, com a Apple a garantir aos representantes da RDC que não são utilizados tais materiais nos seus smartphones.
A Apple negou veementemente as alegações de que utiliza minerais de sangue nos seus dispositivos. Num comunicado emitido, recentemente, a empresa reafirmou o seu compromisso de garantir que os minerais provenientes da RDC e do Ruanda sejam excluídos da sua cadeia de abastecimento.
Aliás, a empresa deu instruções aos seus fornecedores para não utilizarem esses minerais, alegando preocupações com a escalada do conflito na região.
Congo quer verificar que Apple não utiliza, de facto, minerais de sangue
Apesar de terem saudado a declaração da Apple, os representantes legais do Congo apelaram à prudência, sublinhando que as afirmações da empresa tinham de ser fundamentadas com factos verificáveis.
Os advogados afirmaram que as recentes ações da Apple não abordavam os alegados crimes do passado relacionados com a utilização de minerais de sangue e que cabia, agora, aos tribunais franceses e belgas pronunciarem-se.
Portanto, de acordo com a Reuters, os advogados internacionais que representam a RDC receberam com prudência a recente decisão da Apple de deixar de se abastecer de minerais do país, mas confirmaram que a ação legal contra a Apple vai continuar na Europa.
Conforme os advogados, a Apple beneficiou indiretamente de minerais roubados da RDC, que foram lavados através de cadeias de abastecimento internacionais, implicando a empresa na violência em curso.
Por sua vez, a Apple assegura que não se abastece diretamente de minerais primários, mas efetua auditorias, publica os resultados e financia organizações que trabalham para melhorar a rastreabilidade dos minerais.
A empresa de Cupertino sublinhou, também, que a maioria dos minerais utilizados nos seus produtos é reciclada.
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