Wi-Fi 6E: saiba tudo sobre o novo padrão de Internet sem fio
Wi-Fi 6E é o mais novo padrão de redes sem fio. Com suporte a frequências de 6 GHz, além dos 2,4 GHz e 5 GHz já presentes em roteadores dual-band atuais, a novidade promete reduzir problemas de congestionamento e garantir o acesso a mais canais. A ideia, portanto, é melhorar a condição das redes Wi-Fi em situações de alta demana, como streaming, jogos, entre outras.
A tecnologia foi autorizada pela FCC nos Estados Unidos, e a Anatel já estuda a liberação do uso dessa faixa de frequência no Brasil ainda em 2023. Confira a seguir mais informações sobre o Wi-Fi 6E e entenda como ele funciona, as vantagens em relação ao Wi-Fi 6 padrão e sua compatibilidade com aparelhos que utilizam versões mais antigas da conectividade sem fio.
Wi-Fi 6: conheça cinco benefícios do novo padrão de Internet sem fio
1 de 4 Wi-Fi 6E é uma revisão do Wi-Fi 6 que promove suporte a redes de 6 GHz — Foto: Divulgação/Wi-Fi AllianceWi-Fi 6E é uma revisão do Wi-Fi 6 que promove suporte a redes de 6 GHz — Foto: Divulgação/Wi-Fi Alliance
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O que é Wi-Fi 6E?
Wi-Fi 6E é um novo padrão que complementa o Wi-Fi 802.11ax (6), liberando as faixas de frequência de 6 GHz para conexões desse tipo. Com isso, a rede oferece três bandas, de 2,4, 5 e 6 GHz, permitindo uma conectividade mais estável e garantindo maior performance entre dispositivos compatíveis. Um dos grandes destaques é a oferta de uma quantidade maior de canais, evitando problemas de congestionamento. Segundo a WI-Fi Alliance, entidade que reúne empresas e regulamenta o uso da tecnologia, o Wi-FI 6E traz 14 novos canais de 80 MHz e 7 de 160 MHz.
Como é melhor que o Wi-Fi 6?
O padrão Wi-Fi 6E é uma evolução do Wi-Fi 6, e a principal diferença é a adição de frequências de 6 GHz. Dessa forma, as características gerais são as mesmas entre as duas tecnologias, sobretudo no que diz respeito a eficiência das conexões e ganhos de velocidade. Já a performance deve ser superior no novo Wi-Fi 6E para conexões de curta distância, muito por conta da oferta de 1.200 MHz adicionais em redes desse tipo.
Uma analogia que pode ajudar a entender é comparar as diferentes faixas a diferentes tamanhos de furo em um balde cheio d'água. Com uma agulha, a quantidade de líquido que vaza é menor, mas o jato vai mais longe. Um buraco feito por uma furadeira na lateral do objeto, por sua vez, vai liberar mais água a uma distância menor.
2 de 4 Acesso às faixas de 6 GHz permite redes com mais canais e velocidade — Foto: Divulgação/TendaAcesso às faixas de 6 GHz permite redes com mais canais e velocidade — Foto: Divulgação/Tenda
A abertura menor pode ser comparada à faixa de 2,4 GHz, com 50 MHz de banda e maior cobertura, enquanto a maior equivale à rede de 5 GHz, que cobre áreas menores, mas tem uma troca maior de dados por segundo. Nessa analogia, a rede de 6 GHz seria muito maior, com 1.200 MHz. Portanto, a água sairia mais próxima do balde e com maior volume de uma só vez, em alta velocidade.
Ainda é cedo para saber como o Wi-Fi 6E será usado e de que forma ele se comportará no uso real, mas a tendência é de que essas redes cheguem para garantir alta performance nas conexões entre dispositivos localizados em um mesmo cômodo.
Funciona com todos os dispositivos?
Todas as gerações do Wi-Fi são compatíveis entre si, e isso também vale para redes 6E. Com isso, seria possível conectar um notebook mais antigo, com Wi-Fi 3, por exemplo, em um roteador 6E. Da mesma forma, um smartphone já com suporte ao Wi-Fi 6E será compatível com dispositivos de rede no padrão Wi-Fi 5.
3 de 4 Para sentir os benefícios do Wi-Fi 6E você vai precisar de roteador novo — Foto: Divulgação/TP-LinkPara sentir os benefícios do Wi-Fi 6E você vai precisar de roteador novo — Foto: Divulgação/TP-Link
A grande questão é que os benefícios da tecnologia mais recente serão acessados apenas quando ambos os dispositivos tiverem suporte ao padrão. Na prática, isso quer dizer que seu futuro roteador Wi-Fi 6E só vai ter a faixa de 6 GHz utilizada por dispositivos compatíveis. Vale ressaltar que a Qualcomm já anunciou um novo processador para smartphones que prevê o uso do novo Wi-Fi.
Considerando celulares já lançados no mercado, o Wi-Fi 6 "comum" ainda é pouco comum, restrito a modelos top de linha de marcas como a Apple, com iPhone 11, iPhone 11 Pro, iPhone 11 Pro Max e iPhone SE 2. A Samsung também oferece o padrão 802.11ax nos smartphones premium Galaxy S20, Galaxy S20 Plus e Galaxy S20 Ultra.
Para quê pode ser útil?
Há dois grandes benefícios do Wi-Fi 6E em evidência. O primeiro, é evitar interferências e faixas congestionados. Com a oferta de mais canais sem sobreposição e suas distâncias mais curtas, a tendência é que problemas do tipo diminuam bastante. Outra aplicação interessante da tecnologia é a garantia de alta velocidade na conexão sem fio quando necessário, caso de atividades que envolvem headsets de realidade virtual, por exemplo. O Wi-Fi 6E pode ser uma peça chave para dar conta do enorme volume de dados necessários para transmitir games e vídeos com qualidade durante a experiência.
4 de 4 Nova geração de headsets de realidade virtual de alta resolução podem usar Wi-Fi 6E para experiência completamente sem fio — Foto: Divulgação/LenovoNova geração de headsets de realidade virtual de alta resolução podem usar Wi-Fi 6E para experiência completamente sem fio — Foto: Divulgação/Lenovo
Streaming em alta resolução também são bons exemplos, mesmo em uso geral. Quem curte jogar online sabe que, em geral, o recomendado é conectar o computador ou console ao roteador via cabo, o que garante maior estabilidade. Com o Wi-Fi 6E, será possível usar conexões sem fio de alta velocidade sem ter um desempenho inferior.
Além disso, a redução de latência na conexão pode cair bastante, contribuindo para a solução de diversas limitações em plataformas de jogos via streaming que chegaram ao mercado recentemente, como o Google Stadia ou PlayStation Now. Outros benefícios estão no aumento da eficiência de redes sem fio com muitos usuários simultâneos.
Vai chegar ao Brasil?
Toda a discussão em torno do Wi-Fi 6E só é possível porque o FCC, órgão americano responsável pela autorização de novas tecnologias no país, decidiu liberar faixas de 6 GHz de frequência para o uso de redes Wi-Fi a partir desse ano. Dessa forma, as fabricantes já podem explorar a adoção do novo padrão em produtos futuros, o que fica ainda mais próximo com o anúncio recente da Qualcomm.
A tendência é que outras agências de telecomunicações comecem a liberar o uso da frequência de 6 GHz nos próximos meses. Inclusive, a Anatel já tem planos para permitir o uso do espectro no Brasil. O 💥️TechTudo entrou em contato com a agência para saber quando isso deve acontecer, mas ainda não obteve resposta.
Via The Verge, HowToGeek, CNet, 9to5Mac
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