5 coisas que a sua Smart TV sabe sobre você e como se proteger
As Smart TVs são modelos cada vez mais populares no mercado pela sua variedade de recursos. No entanto, para garantir sua privacidade durante o uso, é preciso atentar à coleta de dados feita por esses dispositivos. Isso porque, pela conexão à Internet e também algumas de suas funções, essas televisões acabam coletando inúmeras informações sobre seus usuários. Enquanto alguns desses dados são necessários ao funcionamento do aparelho (como endereço de e-mail, por exemplo), outros não são.
Informações de navegação e hábitos de consumo, por exemplo, não são fundamentais. Além de ser catalogado, esse tipo de dado pode ser compartilhado com outras empresas, como Netflix, Google e Facebook, para publicidade direcionada - o que, para muitos usuários, é uma prática invasiva. Pensando nisso, o 💥️TechTudo preparou uma lista de coisas coletadas no uso de Smart TVs. A seguir, veja o que sua televisão sabe sobre você e como se proteger.
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1 de 8 Smart TV pode rastrear dados de navegação do usuário — Foto: TechTudoSmart TV pode rastrear dados de navegação do usuário — Foto: TechTudo
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1. Suas informações de identificação pessoal
As suas identificações pessoais - como nome, localização, endereço de IP e e-mail, por exemplo - são informações coletadas de praxe durante o cadastro em qualquer tipo de plataforma. Por causa disso, não há como fugir de compartilhar com fabricantes esse tipo de dados, independentemente da marca de sua Smart TV ou .
Para manter sua privacidade e segurança, o que pode ser feito é cobrar que a empresa responsável faça a melhor proteção possível, encriptando as informações e reservando todos os dados para uso exclusivo. No entanto, segundo um estudo realizado em 2023 pelas instituições NorthEastern University e Imperial College London, nem sempre essa é a realidade.
De acordo com a pesquisa, a maior parte das televisões inteligentes enviava seus dados coletados para empresas terceiras - como Amazon, Google e Facebook - para fins de publicidade direcionada. Além disso, ainda segundo o estudo, o streaming Netflix recebia informações de quase todos os aparelhos smart desse tipo, mesmo que o usuário não tivesse o app instalado em sua TV.
2 de 8 Dados não essenciais também são catalogados por TVs inteligentes — Foto: Reprodução/Marvin CostaDados não essenciais também são catalogados por TVs inteligentes — Foto: Reprodução/Marvin Costa
2. Suas informações de voz
Ativar o comando de voz na televisão pode ser prático, mas nem sempre é uma boa ideia. Em 2015, as Smart TVs da Samsung foram alvo de polêmicas que envolviam captação abusiva de voz dos consumidores. Segundo o portal estadunidense o microfone embutido nos aparelhos estaria "ouvindo" constantemente o que era dito pelos usuários.
Mesmo que a prática soe incorreta, há um trecho na política de privacidade das TVs Samsung que alerta as pessoas sobre essa possível atividade. Desse modo, ao aceitar os termos de uso do comando de voz, os usuários consentem o funcionamento do microfone para essa finalidade. De acordo com a fabricante, isso era importante para o reconhecimento das vozes e para a entrega eficiente de conteúdos.
Hoje, mais televisores já contam com a ferramenta de comando de voz - entre elas, a Roku, a LG e o Amazon Fire Stick. O recurso tende a facilitar a busca por conteúdos, já que descarta a necessidade de digitar ou navegar pelos aplicativos, mas pode ser invasivo em alguns casos.
3 de 8 Controle de voz pode ser desabilitado por usuários — Foto: Foto: Luciana Maline/TechTudoControle de voz pode ser desabilitado por usuários — Foto: Foto: Luciana Maline/TechTudo
3. Redes, canais e websites visitados por você
A observação da atividade em websites já é uma prática recorrente na Internet quando acessada em dispositivos mobile, PCs e outros eletrônicos. Geralmente, os dados são coletados por cookies, sendo que alguns são essenciais, como seu cadastro de usuário, e outros não, como sua atividade na web para publicidade direcionada. Essas informações opcionais são declaradas na política de cookies de cada site e não interferem na experiência com o endereço virtual.
A TV, por sua vez, reproduz essa lógica da web e a amplia para redes e canais acessados nela, podendo também compartilhar esses dados com terceiros, como Google e Facebook. Uma das justificativas seriam justamente os anúncios personalizados, que dependem da captação de dados para cruzar informações e entregar publicidades mais assertivas.
4 de 8 Dados coletados pelas TVs são comercializados para outras empresas — Foto: Divulgação/GoogleDados coletados pelas TVs são comercializados para outras empresas — Foto: Divulgação/Google
4. Quais conteúdos você gosta ou não de assistir
Os conteúdos que você curte (ou não) também são compreendidos pela sua televisão. Um dos principais mecanismos responsáveis por isso é o reconhecimento automático de conteúdo, mais conhecido pela sigla ACR, em inglês. A abrangência desse recurso é tão grande que ele pode até mesmo identificar conteúdos de streaming, de canais via cabo e DVDs.
Para realizar sua função, o ACR utiliza um sistema de reconhecimento de pixels. Desse modo, basta recolher uma pequena parte da tela, que serviria como uma "impressão digital", para identificar o conteúdo. O resultado, então, pode ser encaminhado para terceiros, que utilizariam a informação para selecionar por inteligência artificial séries, filmes e outros produtos sugeridos para o telespectador.
5 de 8 Sua Smart TV pode identificar o que você assiste para sugerir outros programas e enviar publicidade direcionada — Foto: Divulgação/UnsplashSua Smart TV pode identificar o que você assiste para sugerir outros programas e enviar publicidade direcionada — Foto: Divulgação/Unsplash
5. Por quais conteúdos você pesquisa
O histórico de navegação e pesquisa em navegadores (e, em alguns casos, apps) também não fica de fora dos conteúdos catalogados pelas TVs. Assim como acontece no ACR, as informações inseridas nas abas de busca também servem para entregar conteúdos personalizados - seja em termos de produtos audiovisuais ou de anúncios.
Esses anúncios personalizados funcionam através de uma ID de publicidade, que identifica os usuários e, por inteligência artificial, "entende" seus comportamentos e interesses. A boa notícia é que tanto o ACR quanto a ID de publicidade podem ser desativados.
6 de 8 ID de publicidade pode ser camuflado nas TVs para barrar propaganda direcionada — Foto: TechTudoID de publicidade pode ser camuflado nas TVs para barrar propaganda direcionada — Foto: TechTudo
Como proteger seus dados nas Smart TVs?
Para impedir que as TVs acessem mais dados do que você gostaria, há algumas maneiras de reforçar sua segurança durante a navegação. Nesse sentido, algumas funções podem ser desativadas, o que pode impedir o acesso da televisão a boa parte das informações comercializáveis. Veja abaixo como manter sua privacidade nesses dispositivos.
1. Desabilitar função de comando de voz
O microfone pode ser uma das principais preocupações em termos de coleta de dados, principalmente porque esta pode ser feita sem que o usuário esteja necessariamente interagindo com o dispositivo. A maneira de desativar esse recurso pode variar de acordo com o modelo da TV, mas em linhas gerais não difere muito de um fabricante para outro.
Para desabilitar a função, será preciso ir até a Home da TV, buscar por “Configurações” com o botão usado para navegar entre apps e, em seguida, selecionar a seção de “Voz”. Por ali, devem aparecer configurações que podem ajudar a ativar ou desativar o microfone e a busca nesse formato.
7 de 8 Comandos de voz em Smart TVs são práticos, mas podem coletar dados considerados invasivos — Foto: Tainah Tavares/TechTudoComandos de voz em Smart TVs são práticos, mas podem coletar dados considerados invasivos — Foto: Tainah Tavares/TechTudo
2. Desativar as funções de rastreamento e publicidade direcionada
Para impedir a publicidade direcionada, basta desativar o ID de propaganda da TV. Esse passo geralmente é feito na área de “Configurações”, encontrada no mesmo esquema mostrado no item anterior.
A área de ajustes deve exibir a opção desejada em abas como “Privacidade”, “Termos de privacidade”, “Informações legais” e “Preferências”. Nessas opções, é preciso procurar por “Publicidade” ou “ID de publicidade” para então desativar o recurso.
3. Desativar o reconhecimento automático de conteúdo (ACR)
Existem muitos tutoriais ensinando a desativar o ACR, visto que ele é um dos recursos de coleta de dados mais invasivos. De modo geral, essa é uma questão que também se resolve nas configurações. Na TV da LG, por exemplo, basta acessar a área “Geral”, dentro dos ajustes, e buscar por “Live Plus” para desabilitar.
Já no caso da Samsung, vale procurar, dentro de “Configurações”, pela aba de “Termos e privacidade” para modificar suas “Opções de privacidade”. No último lugar, é possível encontrar uma série de permissões, como voz, e também a parte do ACR, identificado por “Serviços de Informações de Visualização”. Ali, basta desativar.
Em outras TVs e até mesmo nos , vale a mesma regra de buscar por "Configurações" e, depois, por "Privacidade". Dependendo do modelo, é possível que a função se encontre em "Preferências", que também costuma conter as permissões da televisão.
8 de 8 Modelos de dongle também trazem opções para preservar dados na internet — Foto: Divulgação/GoogleModelos de dongle também trazem opções para preservar dados na internet — Foto: Divulgação/Google
4. Pesquisar as informações de privacidade de cada marca antes de comprar
Ler as políticas de privacidade das marcas que você consome pode ajudar bastante na garantia de segurança dos seus dados. O tratamento de informações varia de acordo com o fabricante, mas, por causa da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), há algumas regras que devem ser seguidas por todas as empresas.
Alguns nomes envolvidos em polêmicas, como LG e Samsung, chegaram a se retratar sobre o ocorrido, alegando que trabalham constantemente para otimizar a proteção de informações. Os detalhes de políticas de dados podem ser encontrados facilmente dentro dos sites oficiais ou ainda em uma breve busca com o nome/modelo do aparelho e as palavras “políticas de privacidade”.
Com informações de The Verge, PC Mag, The Daily Beast, Tom's Guide, Mashable e Consumer Reports
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