NFT: sete polêmicas envolvendo uso e compra do token digital
Os NFTs funcionam como uma espécie de certificado que torna qualquer item digital único no mundo. Esses tokens não fungíveis são estabelecidos via blockchain, o que garante sua exclusividade e autenticidade. Embora exista desde 2014, a tecnologia virou assunto no último ano, após diversos usuários gastarem milhões para comprar esse tipo de ativo na Internet.
1 de 7 Suposto artista vende peça de NFT falsa e some com dinheiro de investidores; veja outras polêmicas envolvendo a tecnologia — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSol
Suposto artista vende peça de NFT falsa e some com dinheiro de investidores; veja outras polêmicas envolvendo a tecnologia — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSol
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1. Influencer compra tênis em NFT e vira piada na Internet
Em novembro de 2023, o influenciador Gui Oliveira chamou atenção na Internet ao aparecer usando o "primeiro sneaker digital do Brasil". Na foto postada em suas redes sociais, o tiktoker calça um tênis flamejante, com um efeito como se estivesse soltando chamas. A peça foi produzida em NFT pela DeFash, um marketplace de moda digital, e foi inserida digitalmente na imagem. Além da montagem, Gui também recebeu o certificado de compra no blockchain, garantindo a exclusividade do NFT.
O caso repercutiu somente em janeiro deste ano e virou meme entre os internautas, que criticaram a compra de um item digital. Entre os comentários, há quem diga que consegue fazer a mesma montagem em aplicativos como Canva e Picsart. Diante da repercussão, Gui Oliveira explicou que é um colecionador de tênis e gostou da iniciativa da empresa de produzir itens de vestuário digitais.
O tênis flamejante da DeFash ficou disponível no site da marca até o início de janeiro. Atualmente, como o produto está esgotado, não é mais possível ver o preço, mas as peças produzidas pela empresa custam a partir de R$ 77.
2. Golpista vende NFT falso de Bansky por R$ 1,7 milhão
Outra situação envolvendo NFTs que causou polêmica foi a compra de uma peça falsa do artista britânico Banksy por 244 mil libras, cerca de R$ 1,7 milhão, em agosto de 2023. A vítima do golpe foi um inglês de 30 anos que coleciona obras de arte. O homem disse ter chegado ao leilão por meio do site oficial de Banksy, mas acredita que a página tenha sido hackeada por golpistas. A equipe do artista afirmou ao site BBC que ele nunca registrou nenhum NFT.
2 de 7 Suposto NFT de Banksy vendido por cerca de R$ 1,7 milhão — Foto: Foto: Reprodução/Pranksy/OpenseaSuposto NFT de Banksy vendido por cerca de R$ 1,7 milhão — Foto: Foto: Reprodução/Pranksy/Opensea
O caso ainda teve uma reviravolta, porque o golpista devolveu de forma inesperada o dinheiro pago no NFT falso. O colecionador acredita que a repercussão do golpe pode ter assustado o criminoso, que só não devolveu a taxa de transação de 5 mil libras.
3. Coleção de NFTs representa escravos negros
Outra polêmica no universo dos tokens não fungíveis aconteceu em fevereiro deste ano, com o projeto Meta Slave, que foi acusado de racismo. A coleção, cujo nome pode ser traduzido para "Meta Escravos", trazia apenas imagens de pessoas negras. Ao todo, o projeto incluía 1.865 NFTs, em referência ao ano de abolição da escravidão nos Estados Unidos. A primeira imagem era uma foto de George Floyd, homem negro que foi vítima de racismo e brutalmente assassinado por um policial em 2023, nos Estados Unidos.
3 de 7 Meta Slave foi uma coleção de fotos em NFT que gerou polêmica por representar escravos negros — Foto: Reprodução/Twitter @MetaSlaveNFTMeta Slave foi uma coleção de fotos em NFT que gerou polêmica por representar escravos negros — Foto: Reprodução/Twitter @MetaSlaveNFT
A repercussão foi totalmente negativa, visto que a coleção de NFTs tenta lucrar com a imagem de pessoas negras e um título que faz referência à palavra "escravo". Após os comentários, a empresa tentou se justificar dizendo que buscava representar que "todos somos escravos de alguma coisa” e que outras coleções seriam lançadas no futuro, como branca e asiática. O projeto, entretanto, não foi encerrado e apenas mudou de nome para Meta Human ("Meta Humanos", em português).
4. NFT vendido pelo preço errado gera prejuízo de milhões
Imagine vender um NFT de R$ 1,7 milhão por apenas R$ 17 mil. Foi isso que aconteceu em dezembro de 2023, após um erro de digitação na listagem de uma arte digital da série Bored Ape Yacht Club. O proprietário do desenho de macaco pretendia listar a peça por 75 ethereum, criptomoeda usada em negociações de NFT, mas acabou digitando 0,75 ETH.
4 de 7 Obra Bored Ape número 3.547 foi vendida por um preço muito abaixo do seu valor após erro de digitação — Foto: Reprodução/OpenSeaObra Bored Ape número 3.547 foi vendida por um preço muito abaixo do seu valor após erro de digitação — Foto: Reprodução/OpenSea
Apesar de perceber o erro imediatamente, a compra já havia sido concluída por um bot. A conta automatizada pagou uma taxa altíssima para garantir a compra de forma instantânea e, posteriormente, colocou a peça à venda de novo por quase US$ 250 mil.
5. Jovem apresenta projeto NFT e some com dinheiro investido por usuários
Em setembro de 2023, um suposto artista digital de 17 anos apresentou um projeto de NFT chamado "Iconics". Segundo o autor, o objetivo era entregar arte de qualidade, e a coleção teria 8.000 peças. Ele chegou a exibir algumas em seu canal do Discord e realizou uma pré-venda de 2 mil NFTs, vendidos por 0,5 solanas, outra criptomoeda usada nessas negociações.
5 de 7 Uma das peças em NFT supostamente vendidas pelo projeto "Iconics" — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSolUma das peças em NFT supostamente vendidas pelo projeto "Iconics" — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSol
Entretanto, em vez de receberem a obra de arte, todos os compradores ganharam uma coleção aleatória de emojis. Com a venda das obras falsas, acredita-se que o golpista tenha arrecadado o equivalente a US$ 138 mil. Após o episódio, o jovem deletou suas redes sociais e sumiu com o dinheiro investido.
6. NFTs de Ozzy Osbourne facilitam golpe que roubou fãs do cantor
Em dezembro de 2023, o cantor Ozzy Osbourne anunciou uma coleção de NFTs inspirados no episódio em que ele mordeu um morcego vivo no palco. O projeto CryptoBatz tinha 9.666 morcegos e foi disponibilizado em janeiro deste ano. Até aí estava tudo certo, mas o problema aconteceu com o link usado para direcionar os clientes para a plataforma Discord, muito utilizada para a distribuição digital de NFTs.
6 de 7 Coleção de NFTs de Ozzy Osbourne relembra episódio envolvendo morcegos em 1982 — Foto: Reprodução/CryptoBatzColeção de NFTs de Ozzy Osbourne relembra episódio envolvendo morcegos em 1982 — Foto: Reprodução/CryptoBatz
Inicialmente, a equipe da CryptoBatz havia divulgado um link para o Discord em suas redes sociais, mas mudou a URL depois. Criminosos, então, aproveitaram o primeiro endereço para criar um servidor falso na plataforma. Para acessar a comunidade, os usuários deveriam verificar seus ativos criptográficos e, desta forma, os criminosos tiveram acesso aos dados das carteiras das vítimas. Segundo o site , o golpe pode ter feito cerca de 1.300 vítimas, e há quem teve todo o dinheiro da carteira drenado.
7. Plataformas de NFTs musicais comercializa conteúdos sem direitos autorais
Outra polêmica relacionada ao uso de tokens não fungíveis aconteceu em fevereiro deste ano, quando o site HitPiece vendeu NFTs de músicas sem ter autorização para isso. A plataforma comercializava músicas de videogames, da Disney e de cantores famosos, como Britney Spears e BTS. No entanto, foi alvo de reclamações por parte dos artistas nas redes sociais.
7 de 7 Site HitPiece vendia NFTs musicais sem autorização — Foto: Reprodução/HitPieceSite HitPiece vendia NFTs musicais sem autorização — Foto: Reprodução/HitPiece
Segundo os autores, o site não tinha direitos sobre os trabalhos, nem permissão para vendê-los. A plataforma se defendeu dizendo que pagava os artistas sempre que um produto era vendido. Entretanto, após a polêmica, o negócio parece ter dado uma pausa. O HitPiece agora exibe apenas a mensagem "We started the conversation and we're listening", que significa "Começamos a conversa e estamos ouvindo", em português.
Via O Globo, G1 (1 e 2), Vice, The Block Crypto, The Verge, NBC News e Games Hub
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