O que é inteligência artificial? Veja como surgiu, exemplos e polêmicas

Inteligência artificial (IA) é uma tecnologia programada para simular a inteligência humana e, assim, ter algum nível de autonomia para tomar decisões e resolver problemas lógicos. A ideia de uma máquina que "pensa” nasceu com o matemático e criptógrafo Alan Turing, em 1950, e só evoluiu desde então. Hoje, a tecnologia já não é mais algo distante e faz parte do nosso dia a dia, estando presente em algoritmos de redes sociais, em assistentes de voz como Siri e Alexa e até mesmo no reconhecimento facial do seu celular. Além disso, as IAs vêm conquistando cada vez mais o interesse do público, principalmente devido à ascensão de ferramentas como DALL-E 2 e ChatGPT.

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Os avanços e a popularização da tecnologia, contudo, também trazem algumas questões controversas. Isso porque elas têm potencial, entre outras coisas, para contribuir com a disseminação de preconceitos e de informações enganosas. Além disso, ferramentas com IA já estão sendo utilizadas para a aplicação de golpes virtuais. Nas linhas a seguir, entenda o que é uma inteligência artificial, como a tecnologia surgiu e como ela funciona.

Guia completo explica o que é inteligência artificial, como a tecnologia surgiu, exemplos e polêmicas — Foto: Reprodução/Pexels 1 de 4 Guia completo explica o que é inteligência artificial, como a tecnologia surgiu, exemplos e polêmicas — Foto: Reprodução/Pexels

Guia completo explica o que é inteligência artificial, como a tecnologia surgiu, exemplos e polêmicas — Foto: Reprodução/Pexels

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2 de 4 ChatGPT é sucesso na Internet por suas habilidades de criação de texto e resolução de problemas — Foto: Flávia Fernandes/TechTudo

ChatGPT é sucesso na Internet por suas habilidades de criação de texto e resolução de problemas — Foto: Flávia Fernandes/TechTudo

Como surgiu a inteligência artificial?

A ideia de uma máquina que "pensa” nasceu com o matemático e criptógrafo Alan Turing, mas a linha do tempo das inteligências artificiais é um tanto complexa. O estudioso ficou conhecido pelo Teste de Turing, um exame desenvolvido em 1950 e que pretendia descobrir se um computador conseguiria demonstrar a mesma inteligência de uma pessoa. No entanto, o termo “Inteligência Artificial” apareceu apenas em 1956 com John McCarthy, quando o cientista estadunidense inventou a linguagem de programação Lisp — que abriria as portas para o desenvolvimento da IA.

No mesmo ano, os pesquisadores Allen Newell, JC Shaw e Herbert Simon criaram o Logic Theorist, considerado por muitos o primeiro software de inteligência artificial em execução. Ele foi desenvolvido para imitar os processos cerebrais de matemáticos humanos para provar teoremas da matemática.

Já em 1967, Frank Rosenblatt construiu o Mark 1 Perceptron, o primeiro computador baseado em uma rede neural e com aprendizado por tentativa e erro. Mais tarde, na década de 1980, outros softwares foram desenvolvidos para a área corporativa, com algoritmos auxiliando o mercado de ações e negociações. Poucos anos depois, na metade dos anos 90, a Internet comercial se expandiu, e as empresas começaram criar sistemas de navegação e indexação com IA, como o protótipo do Google.

Stelfie é perseguido por um mamute em foto na era glacial — Foto: Reprodução/Twitter 1 de 11
Stelfie é perseguido por um mamute em foto na era glacial — Foto: Reprodução/Twitter Stelfie posa ao lado de Leonardo da Vinci enquanto a Mona Lisa é pintada — Foto: Reprodução/Twitter 2 de 11
Stelfie posa ao lado de Leonardo da Vinci enquanto a Mona Lisa é pintada — Foto: Reprodução/Twitter ✅Pular X de 11
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Nesta foto, o viajante temporal é o único careca entre os Vikings — Foto: Reprodução/Twitter 4 de 11
Aqui, Stelfie divide a calvície com Charles Darwin e um amigo primata — Foto: Reprodução/Twitter ✅Pular X de 11
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Como um cowboy, o viajante aparece no faroeste estadunidense — Foto: Reprodução/TechTudo 6 de 11
Ele compareceu, inclusive, à construção das Pirâmides de Gizé — Foto: Reprodução/Twitter ✅Pular X de 11
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Novamente embarcado, Stelfie também registrou a descoberta da América junto a Cristovão Colombo — Foto: Reprodução/Twitter 8 de 11
Na Roma Antiga, o viajante atraiu os olhadores do imperador Júlio Cesar, recriando o famoso meme e deixando Cleópatra furiosa — Foto: Reprodução/Twitter ✅Pular X de 11
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Nesta foto, Stelfie mostra intimidade com o pintor Van Gogh ao abraçá-lo em uma "Noite Estrelada" — Foto: Reprodução/Twitter 10 de 11
Não é apenas para o passado que Stelfie consegue viajar: ele também aparece no futuro colonizando Marte — Foto: Reprodução/Twitter ✅Pular X de 11
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Por fim, Stelfie apresenta seu equipamento futurista de viagem no tempo — Foto: Reprodução/Twitter Perfil fictício tem mais de 13 mil seguidores, já passou pela Grécia Antiga e tirou fotos com Van Gogh e Charles Darwin

Em 1997, outro grande marco se destacou na linha do tempo das IAs: uma máquina derrotou um atleta profissional em um jogo de xadrez. O campeão soviético Garry Kasparov foi derrotado pelo computador Deep Blue, da IBM. A máquina usava um método para análise de probabilidades, previsão de respostas e sugestões dos melhores movimentos.

O início dos anos 2000 também foi marcado por novidades como o iRobot, um assistente de limpeza autônomo, e o Big Dog, um robô em formato de cavalo que conseguia carregar grandes cargas e reagir a movimentos e obstáculos externos. Em 2005, os estudos sobre carros autônomos se iniciaram e, em 2008, o processamento de linguagem natural permitiu que o Google lançasse a função de reconhecimento de voz — que, posteriormente, seria utilizada em assistentes como Siri, Google Assistente, Cortana e Alexa.

Já em 2011 a IBM lançou o Watson, um supercomputador e plataforma de inteligência artificial com computação cognitiva na nuvem. O dispositivo logo passou a ser utilizado em sistemas de reconhecimento visual, os quais permitem identificar um indivíduo por meio de câmeras de segurança. Na medicina, o software também auxiliou a descobrir a relação entre genes, proteínas e medicamentos por meio da análise rápida de milhões de artigos científicos, livros e patentes.

Hoje, ferramentas com inteligência artificial estão presentes em diversos aspectos de nossas rotinas. A IA está, por exemplo, nos algoritmos do YouTube e do Instagram, que recomendam conteúdos para os usuários, em dispositivos com reconhecimento facial e até nos mecanismos de busca do Google. Além disso, softwares como ChatGPT, DALL-E 2 e ChatSonic estão em alta, o que deixou o público ainda mais curioso pelas possibilidades das inteligências artificiais.

Como "pensa" uma inteligência artificial?

A inteligência artificial é capaz de "aprender" devido às instruções presentes no código do seu programa, ou seja, são os algoritmos que determinam os conhecimentos que a IA deve ou não adquirir. A tecnologia é exposta a milhares de padrões para que consiga reconhecer elementos e, assim, lidar com diferentes situações com autonomia. No caso de uma IA que joga xadrez, por exemplo, ela será exposta a inúmeros dados de partidas, jogadas e e resultados para que consiga pensar "como um humano" e decidir qual peça mover.

Em outras palavras, a capacidade de “pensar” é definida pela velocidade de análise de dados e pela programação dos algoritmos. Dentro desse processo, há dois tipos de aprendizagem: o (aprendizado de máquina) e o (aprendizado profundo). O aprendizado de máquina adquire conhecimentos por meio da coleta, da organização e da categorização de um conjunto de dados. Com ele, a IA consegue interpretar as informações para tomar decisões e executar tarefas de forma automática e autônoma.

Códigos de algoritmo são utilizados para determinar o que a IA irá aprender — Foto: Reprodução/Pexels 3 de 4 Códigos de algoritmo são utilizados para determinar o que a IA irá aprender — Foto: Reprodução/Pexels

Códigos de algoritmo são utilizados para determinar o que a IA irá aprender — Foto: Reprodução/Pexels

O aprendizado profundo, por outro lado, é um avanço do aprendizado de máquina, já que essa tecnologia simula as redes neurais em um processo semelhante ao da inteligência humana. Nesse formato, o sistema consegue hierarquizar e compreender as informações de forma mais complexa e aprofundada. Com ele, a IA é capaz de aprender sem a necessidade de tanta interferência humana e reconhecer de forma mais assertiva imagens e falas.

Quais são os tipos de inteligência artificial?

É possível classificar as inteligências artificiais em três tipos: inteligência artificial estreita (ANI), inteligência geral artificial (AGI) e superinteligência artificial (ASI). Além dessa classificação nominal, elas também são divididas entre os grupos "IA fraca" e "IA forte". No campo da IA fraca, a representante é a inteligência artificial estreita (ANI). Esse tipo de IA se refere a sistemas treinados para cumprir uma única tarefa específica, como pilotar um veículo, pesquisar na Internet ou jogar xadrez.

Já no que se refere à IA forte, há a inteligência geral artificial (AGI) e a superinteligência artificial (ASI). A AGI é focada em simular a inteligência humana, com capacidade de resolver várias tarefas diferentes, tomar decisões, resolver problemas e planejar o futuro. Ela também é capaz de adquirir conhecimentos a partir de experiências e entender estímulos diretos e indiretos — ou seja, reconhecer e distinguir elementos mais subjetivos, como a diferença entre um rosto feliz ou triste.

Já a ASI tem como foco superar a capacidade de inteligência do cérebro humano. A superinteligência artificial é uma tecnologia ainda em desenvolvimento no mundo científico e, com ela, seria possível resolver cálculos complexos e humanamente impossíveis .

Exemplos de inteligência artificial no dia a dia

Há diversos exemplos de inteligências artificiais em nosso dia a dia. Os mais comuns incluem assistentes de voz como Alexa e Siri, algoritmos de redes sociais, ferramentas de reconhecimento facial como Face ID, entre outros. O próprio corretor automático do celular é um tipo de IA, já que ele é capaz de identificar erros, sugerir a grafia correta e prever o que o usuário irá escrever a partir dos dados com os quais foi treinado.

Em relação aos algoritmos de redes sociais e streamings, a tecnologia é desenvolvida com o intuito de fazer recomendações assertivas para consumo de conteúdo. O sistema “aprende” quais são as preferências do usuário por meio das interações que ele faz — quais postagens a pessoa curte, quanto tempo ela passa vendo determinado tipo de conteúdo etc. A partir desse aprendizado, o algoritmo de plataformas como YouTube, Instagram, Facebook, Spotify e Netflix é capaz de recomendar conteúdos que agradam e prendem a atenção do usuário.

Outro exemplo comum de IA é o reconhecimento facial, que utiliza o rosto do usuário para desbloquear smartphones ou outros aparelhos. O sistema analisa milhares de pontos na imagem e gera um “mapa” em profundidade da face, o que permite a ele se adaptar a diferentes tipos de ambientes. Assim, a IA consegue identificar o rosto mesmo que esteja em locais mais claros ou mais escuros ou se houver acessórios como chapéus ou óculos.

Alexa é um dos exemplos de ferramentas muito utilizadas atualmente que funciona através de inteligência artificial — Foto: Lucas Santos/TechTudo 4 de 4 Alexa é um dos exemplos de ferramentas muito utilizadas atualmente que funciona através de inteligência artificial — Foto: Lucas Santos/TechTudo

Alexa é um dos exemplos de ferramentas muito utilizadas atualmente que funciona através de inteligência artificial — Foto: Lucas Santos/TechTudo

Controvérsias, limitações e questões éticas

Apesar do avanço tecnológico e das inúmeras aplicações úteis da inteligência artificial, o desenvolvimento da tecnologia também traz algumas questões controversas. Como diversas IAs são treinadas a partir de dados gerados por humanos, a reprodução de preconceitos étnicos, de gênero e ou de classe podem ser repassados para as ferramentas e sistemas desenvolvidos.

Um exemplo é o caso do software de recrutamento da Amazon, que discriminava mulheres. A ferramenta criada em 2014 analisava os currículos recebidos pela empresa e gerava uma nota de uma (1) a cinco (5) estrelas para cada um. No entanto, o mecanismo de aprendizado da IA era baseado, em grande parte, em padrões de currículos masculinos, o que fazia com que mulheres fossem desclassificadas com mais facilidade.

Além disso, as recomendações das IAs em serviços de streaming também podem ser tendenciosas. Isso porque a base de aprendizado da inteligência artificial pode priorizar conteúdos com mais views e cliques, a depender das preferências e localização do usuário.

Outro aspecto controverso das IAs, sobretudo os modelos de linguagem, é o risco de disseminação de informação falsas. O ChatGPT, por exemplo, é capaz de gerar textos fidedignos à escrita humana e com aparente coerência e coesão, mas nem sempre apresenta as respostas corretas. Isso pode ser um problema se o chatbot for usado como mecanismo de busca pelos usuários.

Uma biblioteca com visão aberta para o espaço — Foto: Reprodução/Midjourney 1 de 10
Uma biblioteca com visão aberta para o espaço — Foto: Reprodução/Midjourney Uma menina com árvores enraizadas na cabeça — Foto: Reprodução/Midjourney 2 de 10
Uma menina com árvores enraizadas na cabeça — Foto: Reprodução/Midjourney ✅Pular X de 10
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Super Mário e Princesa cozinhando — Foto: Reprodução/Midjourney 4 de 10
Um quadro de Harry Potter em estilo cubista — Foto: Reprodução/Midjourney ✅Pular X de 10
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Um astronauta jogando bola com o Planeta Terra — Foto: Reprodução/Midjourney 6 de 10
Versão realista de Peppa Pig — Foto: Reprodução/Midjourney ✅Pular X de 10
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Um inseto na floresta com asas brilhantes e pontos de luz pelo corpo — Foto: Reprodução/Midjourney 8 de 10
Um avião em formato de pássaro — Foto: Reprodução/Midjourney ✅Pular X de 10
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Um menino cavalgando no cavalo em cima de uma nuvem — Foto: Reprodução/Midjourney 10 de 10
Um urso gigante com armadura — Foto: Reprodução/Midjourney ✅Pular X de 10
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Um outro debate que surge com o avanço das inteligências artificiais generativas é a desvalorização dos profissionais da indústria criativa. Tecnologias como DALL-E 2, Midjourney e ChatGPT já estão sendo incorporadas ao processo de trabalho de diversos trabalhadores e artistas, que temem uma possível substituição de seus postos pelos softwares.

Há ainda a questão dos direitos autorais. Como as IAs generativas conseguem reproduzir estilos de artistas e autores e recriar variações deles, isso abre margem para questionamentos sobre a autoria dos trabalhos. Afinal, elas pertencem aos autores das obras que foram usadas para treinamento, ao usuário que deu o comando para a geração do conteúdo ou à própria plataforma? Especialistas em Direito Autoral divergem sobre o assunto, já que a lei ainda não contempla essa questão.

Por fim, mas não menos importante, a inteligência artificial pode ser uma ferramenta eficaz para as operações do cibercrime. Já há casos de criminosos usando o ChatGPT para gerar códigos maliciosos a partir de poucos comandos, por exemplo. Um outro tipo de uso é na geração de vídeos ou áudios deepfake, quando um rosto é trocado ou uma voz falsa “imita” a voz de alguém. Essa tecnologia pode ser utilizada em sequestros falsos ou na disseminação de fake news.

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