China reserva mais fundos para reparar estradas após sismo que matou 126 no Tibete.pt - Última hora e not&
O Ministério das Finanças chinês disse que os fundos visam também prevenir desastres secundários, "detectar perigos ocultos" nas estradas e pontes e garantir o transporte de ajuda de emergência e materiais de subsistência.
Num comunicado divulgado na sexta-feira à noite, o ministério disse que os fundos vêm das tutelas das Finanças e dos Transportes.
A região afetada pelo sismo apresenta vales profundos, encostas íngremes e terrenos acidentados que podem causar deslizamentos de terra e avalanches, fenómenos comuns após abalos em áreas montanhosas, disse Ma Changqian, especialista da Universidade Chinesa de Geociências, citado pela televisão estatal chinesa CGTN.
O sismo, com epicentro no condado de Tingri, na província de Shigatse (conhecida como Xigaze em chinês), a uma profundidade de 10 quilómetros, fez 126 mortos, número que não foi atualizado desde quarta-feira e arrasou milhares de casas.
O Governo chinês duplicou o número de feridos, passando de 188 para 337, sendo que mais de 60 mil pessoas afetadas pelo terramoto de magnitude 6,8 também foram realojadas.
Os esforços estão agora concentrados no apoio aos afetados e na reconstrução, após a busca por sobreviventes ter sido suspensa.
Tendas, colchas e outros artigos de socorro foram entregues às pessoas cujas casas passaram a estar inabitáveis ou em risco de ruir. As temperaturas caem muito abaixo de zero durante a noite, numa área com uma altitude média de cerca de 4.200 metros.
Mais de 1.600 réplicas foram registadas após o terramoto, que, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, teve uma magnitude de 7,1. O centro sísmico da China registou uma magnitude de 6,8.
O líder chinês Xi Jinping ordenou "todos os esforços de resgate para salvar vidas e minimizar o número de vítimas", informou a Xinhua. As comunicações na área também foram restabelecidas, permitindo uma entrega mais fácil de bens de emergência, disse.
A China defende que o Tibete faz parte do seu território há séculos, mas muitos tibetanos dizem que foram independentes durante a maior parte desse tempo. O Exército Popular de Libertação da China invadiu o território em 1950 e o Dalai Lama fugiu para a Índia nove anos mais tarde, durante uma revolta contra o domínio chinês.
O Dalai Lama dirigiu uma vigília à luz de velas e uma cerimónia de oração em memória das vítimas, em Dharamsala, na Índia.
Questionado sobre a cerimónia de oração, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou: "Estamos muito conscientes da natureza separatista e dos esquemas políticos do Dalai Lama e permanecemos muito vigilantes".
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