Novo mega-ataque russo mira bases de caças F-16 na Ucrânia

Pela segunda madrugada consecutiva, a Rússia lançou nesta terça-feira (27) um mega-ataque com mísseis e drones contra alvos na Ucrânia. A ação mirou aeródromos que possam servir de base para os caças americanos F-16 doados por países europeus a Kiev.

Ao menos seis pessoas morreram. Segundo a Força Aérea da Ucrânia, foram lançados 81 drones suicidas, dos quais 60 foram abatidos, e dez mísseis, cinco deles interceptados.

A Rússia não deu números, mas fez questão de dizer no seu comunicado sobre "ataques de precisão contra infraestrutura de bases aéreas" que empregou modelos hipersônicos Kinjal, lançados por caças MiG-31K e não pelos bombardeiros Tu-95MS, como relatado por Kiev.

Foi um grande ataque, no nível dos mais intensos da guerra, embora não suplante o da véspera, o maior de todos até aqui, com 236 mísseis e drones, que deixou sete mortos. Naquela ação, o alvo primário foram instalações energéticas em 15 das 24 regiões do país.

Foram atingidos pontos principalmente no oeste ucraniano, mais distantes das linhas de frente que cortam o país invadido por Vladimir Putin em 2022 do seu nordeste ao sul. É lá que ficam os F-16, que até agora não viram oficialmente serviço operacional conhecido senão uma referência feita pelo presidente Volodimir Zelenski, de que eles têm abatido mísseis russos.

É incerto se algum dos cerca de dez aviões entregues a partir do começo do mês por Bélgica e Holanda foi atingido. Em blogs militares russos, a conta é de ao menos dois destruídos em solo em Ivano-Frankivsk, mas não é possível aferir ainda essa informação.

A sinalização, contudo, é clara. Na véspera, após o mega-ataque, Zelenski disse que estava discutindo a utilização dos F-16 contra alvos na Rússia. Isso é polêmico: apesar de os governos europeus que doaram os caças permitirem isso, as armas americanas embarcadas nos modelos têm restrição de uso.

O governo de Joe Biden teme, como a cautela adotada durante todo o conflito mostra, uma escalada real que possa levar a um conflito entre a Rússia e as forças da aliança liderada pelos EUA, a Otan. Zelenski diz diariamente que isso é um blefe de Putin e pede autorização para o uso de todo o arsenal que lhe foi dado, inclusive mísseis de longa distância.

Há simbolismo no ataque russo, também. Os F-16 prometidos pela Europa, uma frota que pode chegar a 95 aeronaves, nem de longe serão um fator que mudará a realidade em campo porque demorarão anos para chegar e ter equipes treinadas para operá-los em solo e pilotá-los.

Mesmo a expectativa de que haja 30 aviões à disposição no começo de 2025 é vista como otimista justamente pelo fator humano. Enquanto isso, abundam relatos de que americanos estão equipando as aeronaves com sensores mais sofisticados do que os modelos doados tinham, visando encarar os russos.

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