ExpoCristã volta com mercado bilionário e mar Vermelho virtual

A ExpoCristã voltará, após um hiato de quatro anos, no que espera ser um divisor de águas do mercado evangélico. E não é só uma forma figurativa de falar sobre o setor que, nas projeções internas, movimenta bilhões por ano e espera crescer junto com a fatia religiosa que mais aumenta no país.

A passagem bíblica em que Moisés estende seu cajado, e o mar Vermelho se divide a mando de Deus para abrir caminho ao povo israelita, será replicada numa experiência virtual montada na feira de negócios. Outras imersões interativas vão reproduzir as dez pragas do Egito, da infestação de piolhos às nuvens de gafanhoto, o Coliseu, com duelos entre feras e "cristãos que não negavam sua fé", e a Arca de Noé.

Não são mares nunca antes navegados pela marca que se vende como "o maior evento cristão da América Latina" e que, sem nova edição desde 2023, trocará São Paulo por Rio em 2024. Acontecerá entre quinta (5) e domingo (8) no Riocentro, centro de convenções na zona oeste carioca.

Mas o último quadriênio foi de águas turbulentas para o nicho, e Paulo Eduardo Oliveira é o primeiro a admitir. A praça voltada ao consumidor evangélico, diz o diretor comercial da ExpoCristã, sofreu um baque com a pandemia de Covid-19.

A recuperação demorou para engrenar, e grandes atores do mercado, como a empresa por trás do Smilinguido, a formiguinha que prega valores cristãos, ainda não retomaram o fôlego de outrora.

Daí a demora para reativar a feira, mesmo depois que a crise sanitária já tinha arrefecido. "Achamos mais inteligente não fazê-la em 2023", afirma Oliveira. "O mercado ainda não estava muito solícito a isso."

A ressurreição, agora em versão carioca, conta com apoio do Comerj, um conselho de pastores que reúne líderes de alto quilate na cena evangélica, como Silas Malafaia, Cláudio Duarte e Abner Ferreira. É a mesma entidade que organiza a Marcha para Jesus do Rio.

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Oliveira estava lá quando a ExpoCristã começou, em 2001, só que com outro nome: chamava-se Feira Internacional do Consumidor Cristão, mudando para o batismo atual dois anos depois.

Eram outros tempos. Evangélicos respondiam então por 15% da população, segundo dados do Censo 2000. Estima-se que hoje sejam o dobro disso. Até já existia uma bancada, mas não uma Frente Parlamentar Evangélica formalizada no Congresso —aconteceria dali a dois anos, coincidindo com o início do primeiro governo Lula (PT).

A atenção dada à indústria gospel era rarefeita, com pouca variedade de produtos, muitos de qualidade duvidosa. O meio se profissionalizou um bocado nestes últimos 23 anos, ainda que o filão de feiras evangélicas tenha tropeçado no caminho.

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