Cinco pessoas morrem em ataque a tiros em Vila Isabel, no Rio

Cinco pessoas morreram baleadas e outras duas ficaram feridas no início da madrugada de segunda-feira (19) na praça Barão de Drummond, conhecida como praça Sete, em Vila Isabel, zona norte do Rio de Janeiro. A praça fica perto do morro dos Macacos, comunidade de influência da facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro).

A polícia já tem informações de que traficantes do CV (Comando Vermelho) presos no Complexo Penitenciário de Bangu ordenaram o ataque. O motivo seria a presença no local de uma liderança do tráfico do morro dos Macacos, identificado como Pedro Henrique Barbosa, 18, conhecido como Marreco. Socorrido, ele morreu no hospital.

A Secretaria de Segurança analisa a possibilidade de transferir essas lideranças já presas para presídios federais após o episódio.

A autorização teria sido dada por videoconferência. O traficante Edgar Alves, o Doca, que está escondido no complexo da Penha, zona norte do Rio, teria autorizado o ataque.

Doca (também chamado de Urso) é um dos traficantes mais antigos do CV e seria, de acordo com a investigação, o responsável por expandir territórios da quadrilha para as zonas norte e oeste. O intuito da facção é fazer uma espécie de cinturão na cidade para lucrar mais com venda de gás, internet, transporte ilegal e tráfico de drogas, ainda segundo as investigações.

Na zona norte, o CV visa expandir seu território e domina as comunidades da Mangueira, Complexo do Lins e morro do São João, que cercam o morro dos Macacos. Já o líder máximo do TCP nos Macacos é Leandro Nunes Botelho, conhecido como Scooby Doo. Ele estaria escondido no complexo da Maré, coordenando à distância a resistência de traficantes de sua facção contra a investida do CV.

A reportagem não localizou as defesas de Doca e de Scooby Doo.

No ataque desta segunda, segundo testemunhas, criminosos que estavam em um carro e uma moto passaram atirando.

De acordo com a polícia, os traficantes que atiraram são ex-integrantes do TCP que migraram para o CV neste ano. Eles estariam refugiados no morro São João, tentando expandir o domínio territorial da facção.

Moradores identificaram os atiradores como jovens que respondem pelos apelidos de Titauro, Cara Fina, Jiló, Galo e Cuca.

Dos cinco mortos, dois morreram no local —Gabriel Pereira Cândido, de 24 anos, e Pedro Henrique Pereira dos Santos, 18.

Barbosa (Marreco) morreu no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Um adolescente de 17 anos e Wallace de Oliveira Cláudio, 35, também chegaram a ser socorridos, mas morreram no Hospital Federal do Andaraí, também na zona norte.

Um dos feridos, Juan Victor Pereira, 33, teve alta na tarde desta segunda. Já Daniel Carvalho de Souza, 33, continua internado em estado grave.

De acordo com uma testemunha, com exceção de Barbosa, os baleados não teriam ligação com o tráfico.

No momento do ataque houve correria e desespero. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que havia crianças no local, que brincavam em um pula-pula.

Os atiradores fugiram após o ataque. Equipes do 6º BPM (Vila Isabel) reforçaram o policiamento no local e estiveram nas unidades de saúde. A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada para investigar o caso. Em nota, afirmou que " uma perícia foi feita no local e diligências estão em andamento para apurar a autoria e a motivação do crime".

No início do mês, um adolescente e um entregador de farmácia morreram baleados no morro dos Macacos —o menino foi morto na sua festa de aniversário de 13 anos. Traficantes do CV também são apontados como autores dos disparos.

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