Tenho a impressão de que caiu a ficha do governo sobre risco fiscal, diz presidente do Bradesco

O novo presidente do Bradesco se define como um otimista moderado com o Brasil. Marcelo Noronha, 59, diz estar impressionado com o esforço do ministro Fernando Haddad (Fazenda) em cumprir a meta fiscal e com a qualidade técnica de sua equipe econômica.

Para ele, o governo Lula recentemente abriu os olhos para o potencial efeito negativo de um maior risco fiscal, após o dólar beirar os R$ 5,90.

Atendendo cerca de metade da população brasileira, o conglomerado Bradesco tem seu desempenho intimamente ligado ao cenário macroeconômico. Com forte penetração na baixa renda e em pequenas e médias empresas, o banco viu sua rentabilidade despencar 10 pontos percentuais de 2023 para 2023, quando o ROAE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio) do banco atingiu a mínima histórica de 10%.

Octavio de Lazari Júnior, então CEO da instituição, explicou à época que o banco errou a mão. "Concedemos mais crédito do que deveríamos ter concedido [durante a pandemia]", disse ao comentar o balanço de 2022.

Nesse intervalo, o Bradesco perdeu 45% de seu valor de mercado. Em resposta, o banco trocou o seu comando e o recifense Marcelo Noronha, que na época era vice-presidente do varejo, assumiu o posto.

Antes, o executivo havia passado por quase todas as áreas do banco, causando boa impressão no alto comando. O atual presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, foi quem o promoveu à diretoria da instituição quando era CEO.

Há 30 anos em São Paulo, Noronha não perdeu o sotaque pernambucano. Em entrevista à 💥️Folha na sua sala dentro da sede do Bradesco BBI na Faria Lima, o pai de três jovens se descreve como espartano, mas tranquilo, sem frescura e pé no chão, atendendo tanto a empresas multibilionárias de terno, como visitando seu "exército" de gerentes em agências de pequenas cidades vestindo uma camisa polo.✅

Três meses após assumir, o CEO já apresentava ao mercado um plano de reestruturação do banco, de cinco anos, que inclui novos recursos, como o Bradesco Expresso, uma espécie de revendedora Avon do banco. Os resultados, porém, não virão apenas no longo prazo, diz Noronha.

No segundo trimestre, o lucro de R$ 4,7 bilhões, acima do esperado, levou o mercado a comprar o plano de Noronha. Desde que saiu o balanço, as ações do Bradesco sobem 10%.

O que você está lendo é [Tenho a impressão de que caiu a ficha do governo sobre risco fiscal, diz presidente do Bradesco].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...