Aliados de Lula falam em tentativa de apagar 81 e rechaçam comparar Moraes a Moro

Aliados do presidente Lula (PT) defenderam publicamente e nos bastidores o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de críticas sobre sua atuação no cargo e descartaram comparações entre a conduta do magistrado e a do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil).

A 💥️Folha revelou nesta terça-feira (13) que o gabinete do magistrado no Supremo ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no STF.

Pessoas próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compararam o episódio ao da Vaza Jato, em que foram reveladas mensagens entre procuradores da Lava Jato e o então juiz federal Sérgio Moro.

Um ministro de Lula, por sua vez, afirmou tratar-se de um exagero a comparação. Segundo ele, é natural que a comunicação entre ministros e assessores incluam diretrizes e não há irregularidades nisso por não se tratar de diferentes partes do processo, ao contrário do que ocorreu na Lava Jato.

O aliado de Lula avalia ainda que é ato de má-fé comparar a conduta com a relação que Sergio Moro teve com procuradores no Paraná e que tentar dar visibilidade à questão é tentar apagar o 8 de janeiro.

Um outro aliado do presidente afirmou que a exigência para a lisura do processo é que as decisões estejam amparadas em provas obtidas licitamente. Na avaliação desse interlocutor de Lula, a coleta de postagens em redes sociais, como foi conduzida, não compromete a licitude da investigação sobre fake news.

Um terceiro interlocutor do presidente alerta, no entanto, para o risco de uso político do episódio, na tentativa de desqualificar o inquérito das fake news.

Ao menos três ministros de Lula defenderam Moraes publicamente. Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) afirmou nas redes sociais não ver irregularidades na conduta de Moraes.

"O ministro Alexandre de Moraes @alexandre sempre se destacou por seu compromisso com a justiça e a democracia. Do mesmo modo, tem atuado com absoluta integridade no exercício de suas atribuições na Suprema Corte", escreveu Messias.

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"Suas decisões contaram com a fundamentação e regularidade próprias de uma conduta honesta, ética e colaborativa que merece nossa admiração e apoio", continuou o ministro.

O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) endossou o comentário do colega de Esplanada no post no X.

"Alguns fizeram comparações indevidas com irregularidades cometidas por um certo juiz. Mais uma tentativa frustrada de questionar a devida apuração e punição dos crimes contra a democracia", afirmou Padilha.

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) disse que as acusações são uma tentativa de desacreditar o STF.

"A matéria da Folha de S.Paulo que acusa o ministro Alexandre é sensacionalista e não corresponde à verdade. A matéria só tem o efeito de alimentar o movimento de tentar desacreditar o STF para incidir no julgamento do inelegível", disse Teixeira no X, antigo Twitter.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que Moraes tem "rigor ético absoluto" e que o país deve muito a ele. O magistrado, como ele próprio lembrou, foi seu secretário de Justiça e depois de Segurança Pública no Governo de São Paulo, antes de tornar-se ministro da Justiça de Michel Temer (MDB) e, posteriormente, chegar ao Supremo.

"Quero dar o testemunho: grande jurista, retidão e compromisso com a questão ética e legal. Por lei, o ministro do TSE é ministro do STF. Isso é lei. Então, sempre a corte eleitoral tem não só ministro do Supremo, mas é sempre presidida pelo ministro do Supremo. Tem absoluto rigor ético, compromisso e o Brasil deve muito ao Alexandre de Moraes, a sua firmeza na condução do processo eleitoral", disse.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também defendeu Moraes publicamente e disse que ele atuou "simultaneamente" como presidente do TSE e relator do inquérito das fake news, a defesa da democracia.

"''Fora do rito', de qualquer rito, estavam Bolsonaro e seus cúmplices, mentindo sobre o processo eleitoral, ameaçando as instituições e urdindo um golpe contra a posse de Lula, o eleito. É a esses golpistas que serve a campanha desencadeada pela @folha contra o ministro Alexandre de Moraes e o STF, quando se aproxima o momento em que Bolsonaro terá de enfrentar a Justiça pelos crimes que cometeu", argumentou Gleisi.

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