Cinco dias de licença-paternidade não são nada; 30 são demais?

Cinco dias. Este é o tempo que, no Brasil, a maioria dos pais recebe para estar com seus filhos recém-nascidos sem ter que trabalhar. Eu tive mais sorte. Em Portugal os pais têm sempre, no mínimo, 15 dias que podem dedicar inteiramente à nova vida que chega. E mesmo assim foi pouco.

Como pai português quando os meus três filhos nasceram, tive a oportunidade de me dedicar a eles e à mãe três semanas completas —e mais— porque a lei portuguesa permite que qualquer dos progenitores, indistintamente de ser pai ou mãe, disponha no melhor interesse da família do tempo da licença consagrado na lei.

Foram dias fundamentais, não só porque permitiram apoiar a mãe em um momento tão delicado, mas para me conectar profundamente com cada um deles. Afinal, passar de filho a pai também é uma fase de descoberta, de ajuste e de amor. Ter estado presente, e de corpo inteiro, nessas semanas, fez toda a diferença na construção da minha relação com meus filhos e na manutenção de uma família unida e forte.

Infelizmente, aqui no Brasil, a realidade é bem diferente para a esmagadora maioria dos homens que são impedidos por uma prática machista e anacrônica de participar —e compreender— do milagre da vida.

Como é possível aceitar que os homens retornem ao trabalho apenas cinco dias depois de se tornarem pais? Como podem eles, em tão pouco tempo, assimilar a grandiosidade dessa nova responsabilidade, apoiar suas parceiras e criar os primeiros laços com seus bebês?

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