Será que foi o estilista da Damares que criou?, indaga Ronaldo Fraga sobre uniformes para as Olimpíadas

Quando viu pela primeira vez os uniformes que a delegação brasileira vai usar na abertura das Olimpíadas de Paris, o estilista mineiro Ronaldo Fraga tomou um susto: "Será que foi o estilista da Damares que criou isso?", indagou, em referência à senadora do DF e ex-ministra da Mulher e da Família do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Confeccionadas pela Riachuelo, as peças têm sido alvo de críticas. Para Fraga, os figurinos são "horrorosos", mas refletem o momento atual do Brasil.

"Por mais que tenha saído o governo anterior [de Bolsonaro], a gente vê o país se tornando uma nação evangélica, cada vez mais careta, mais retrógrada nos costumes. Uma insistência e um investimento na tristeza, um tentar abafar a alegria e a libidinagem, que é a marca do brasileiro e deveria ser a marca da moda brasileira."

Para ele, o bordado de onças, araras e tucanos colocado nas costas das jaquetas jeans foi algo só "para inglês ver". Fraga aponta um lado positivo de toda a polêmica: levantar a discussão sobre o assunto para uma nova geração de estilistas e pessoas ligadas à indústria têxtil do Brasil.

Para o designer Airon Martin, da Misci, os uniformes apresentados passam uma imagem caricata e são "um desserviço ao reforçar a ideia de um Brasil que só exporta commodities", e não de um país que vende produto, design e moda.

Ele defende a escolha da Riachuelo como fabricante das peças por ser uma marca que segue produzindo no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte. "Ela tem uma importância muito grande na geração de empregos."

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