Desinformação na saúde vai muito além de campanhas antivacina

Uma reportagem publicada neste mês revelou uma série de vídeos onde atores e atrizes interpretam especialistas em saúde para vender produtos com promessas de tratamento e cura milagrosos. Segundo a denúncia do portal G1, as imagens não avisam a audiência de que se trata de uma interpretação e também omitem o fato de os medicamentos não terem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O Ministério Público de São Paulo está investigando o caso.

Mitos sobre a saúde humana sempre existiram. Quase todo mundo conhece ao menos uma crendice para aliviar os sintomas de resfriados e cólicas, ou alguma receita infalível de família para perder peso rapidamente, mesmo que seus efeitos sejam inócuos ou mesmo inexistentes.

Hoje, porém, o contexto de hiperinformação em que estamos inseridos amplificou exponencialmente o volume de mensagens sem nenhuma comprovação científica, com muito mais gente lucrando com elas. Ao passo em que o alcance é imensurável, o estrago também pode ser, pois não é exagero afirmar que o charlatanismo na área médica pode adoecer, agravar sintomas pré-existentes e, em última instância, até matar.

Somada à falta de controle sobre esse tipo de conteúdo que inunda as mídias sociais, há o baixo letramento científico de sociedades como a nossa. Tendemos a evitar e a ignorar aquilo que não compreendemos, apelando para soluções fáceis e falsamente didáticas — exatamente o que uma infinidade de vídeos e posts de anônimos e alguns influenciadores oferecem. Desconfiamos da ciência em prol de discursos simplórios e que entregam aquilo que esperamos: caminhos e resultados para problemas aparentemente insolúveis, como é o caso de uma doença incurável e grave.

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