Nunes e Boulos vão dosar ataques a Marçal na TV e respondê-lo nas redes

A propaganda eleitoral começa nesta sexta-feira (30) com um fato inédito: a ausência de um dos líderes na corrida pela Prefeitura de São Paulo no espaço obrigatório no rádio e na televisão. Enquanto Ricardo Nunes (MDB) acumula mais da metade do tempo, e Guilherme Boulos (PSOL) tem cerca de 20% do espaço destinado aos candidatos, Pablo Marçal (PRTB) está fora da grade.

As campanhas de Nunes e Boulos pretendem garantir que essa perda de visibilidade do influenciador seja efetiva. Para isso, planejam dosar ataques e respostas a ele nas mídias tradicionais. Vídeos com citações ou referências a Marçal devem ser priorizados nas redes sociais, terreno em que o candidato do PRTB já domina.

No horário eleitoral na TV, que tem o primeiro programa às 13h, as campanhas de Nunes e Boulos apostam em estreias que apresentem os candidatos. Aliados do atual prefeito querem mostrá-lo como um gestor eficiente. A ideia é divulgar obras realizadas em diferentes bairros da cidade.

A equipe do candidato do MDB pretende usar o domínio do tempo para torná-lo mais conhecido. Outra questão importante é tentar atingir os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). Pesquisa Datafolha mostrou que Marçal tem 62% de seus eleitores se declarando bolsonaristas. Nunes tem 38%.

A ausência no horário eleitoral poderá servir para o influenciador reforçar um discurso que agrada ao eleitor de Bolsonaro, o de combate ao sistema, segundo o doutor em ciências políticas e professor da UFPR Sérgio Braga.

"O horário eleitoral em que só os partidos maiores estão acaba sendo esse sistema e serve para essa narrativa", afirma.

Segundo ele, a eleição de São Paulo tem "uma disputa entre o bolsonarismo contra o bolsonarismo institucionalizado". "Vai servir para testar o que é mais forte: domínio das redes sociais ou padrinho".

Nunes deve mostrar imagens do ex-presidente e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já nos primeiros dias de propaganda. O plano é ter mais para frente um programa com Bolsonaro ressaltando o seu apoio ao prefeito.

O mesmo será feito pela campanha da Boulos com o presidente Lula (PT), que não deve ter protagonismo neste primeiro momento da propaganda. Ele e a primeira-dama Janja gravaram participações com o político do PSOL no último fim de semana. As imagens serão usadas na campanha, mas não na estreia.

O primeiro programa de Boulos vai apresentar o candidato como um pai de família, professor e deputado e deixar em segundo plano sua atuação no MTST (movimento de moradia) nos últimos 20 anos.

Segundo auxiliares do deputado, o detalhamento de propostas e as ligações políticas terão destaque nas próximas semanas. Marcas da gestão Marta Suplicy (PT), vice na chapa, também vão ser exploradas na propaganda.

Ataques a Nunes e Marçal estão no cardápio da campanha de Boulos. Assessores, porém, ainda avaliam quando e como usá-los. As críticas deverão ser feitas sem uma associação direta à figura do deputado, que se esforça para suavizar as imagens de radical e agressivo.

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