Maiakóviski e a luta da vodca contra o tédio

Todo adolescente tem seu poeta de estimação. Para muitos foi Maiakóvski. Impossível ficar indiferente aos seus brados líricos, cheios de sátira e inovação sonora, com ideias verdadeiramente revolucionárias. Ele era Che Guevara, James Dean e Jim Morrison num só. Como eles, mudou as regras do jogo; como eles, morreu cedo, no auge. E virou símbolo.

Entusiasta da Revolução de 1917 na Rússia, mas crítico dos burocratas e cegueiras artísticas, soltava slogans no meio dos versos. Um dos mais famosos, que inspirou Caetano: "Brilhar como um farol/brilhar com brilho eterno/gente é para brilhar/que tudo o mais vá pro inferno."

A frase "Melhor morrer de vodca que de tédio" fez ainda mais barulho. Ler isso justamente no momento em que se descobre o prazer inebriante de um bom copo é fatal. Claro que é melhor morrer de vodca. Tédio é tortura.

Em sua peça "O Percevejo", Maiakóvski cria um sujeito que fica congelado e é descoberto 50 anos depois, intacto. Com ele, estão um percevejo, um cigarro, um violão e uma vodca. Pois não morreu de tédio. Sobreviveu para ser atração turística num zoológico, "numa sociedade asséptica e puritana", como escreveu Augusto de Campos. Era o receio do poeta com os rumos da URSS.

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