Corregedor da PM de SP faz campanha contra Boulos em rede social; Ele não, postou

O corregedor da Polícia Militar de São Paulo, coronel Fábio Sérgio do Amaral, oficial que ocupa uma das funções mais importantes da corporação na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), publicou nas redes sociais manifestação contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.

A postagem, à qual a 💥️Folha teve acesso, foi compartilhada pelo oficial no status do WhatsApp. Ela traz uma foto de Boulos em fundo preto, dentro de um círculo vermelho, cruzado por uma faixa da mesma cor, semelhante ao símbolo de proíbo estacionar. Sobre a foto os dizeres: "Ele não".

Coronéis ouvidos pela reportagem dizem que manifestações político-partidárias desse tipo são vedadas a PMs da ativa e, principalmente, para quem faz parte do alto comando da instituição como ele. Isso porque elas trazem prejuízo à imagem da PM como uma polícia de Estado e não de governo.

Amaral pode ser, em tese, punido pela manifestação.

Procurada, a gestão Tarcísio não informou se a publicação fere as normas da corporação e se vai tomar providências. Disse, apenas, que "a publicação mencionada foi compartilhada em caráter temporário, no perfil particular do oficial, restrito aos seus contatos pessoais" (leia mais abaixo).

Para a advogada e socióloga Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, a manifestação do coronel é preocupante, "sobretudo quando não se tem clareza de como será a fiscalização do uso indevido de redes sociais por policiais durante as eleições deste ano".

"É preciso tomar muito cuidado, ainda mais em um momento político muito polarizado, em que a gente vê as polícias se movimentando fortemente, politicamente, para essa participação eleitoral partidária, sem contornos claros", afirmou ela.

Ainda segundo Carolina, mesmo que a postagem tenha sido feita no WhatsApp, é necessário todo o cuidado porque as mensagens enviadas por ele podem ter um impacto na tropa.

"Claro que é sempre importante respeitar a liberdade de expressão e a opinião política de policiais. Agora, é importante saber a questão do uso de redes sociais em nome da corporação para fazer política. Ela é vedada. Já era antes pelos códigos clássicos superiores da polícia e pela resolução de 2023."

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