Por que democratas progressistas que criticavam Biden agora o defendem

Em fevereiro, em meio à guerra de Israel na Faixa de Gaza, Ilhan Omar, representante democrata progressista de Minnesota, fez uma acusação especialmente contundente contra o presidente Joe Biden: sua Casa Branca, disse Omar, era responsável por "autorizar o massacre de palestinos".

Nos últimos dias, no entanto, com Biden agora lutando para salvar sua candidatura, é Omar e os membros do "Squad" (esquadrão) —grupo de representantes de esquerda que entraram no Congresso nos últimos anos— que têm sido alguns de seus defensores mais fortes.

Em várias entrevistas, Omar elogiou "o melhor presidente" de sua vida e instou os colegas democratas "a fazer tudo o que pudermos para garantir que estamos impulsionando Biden até a linha de chegada em novembro".

Alexandria Ocasio-Cortez (AOC), que em 2018 se tornou membro inaugural do Squad e sua estrela mais brilhante quando derrotou um democrata com 10 mandatos ao se eleger deputada por um distrito em Nova York, também veio em auxílio do presidente.

"Joe Biden é nosso candidato. Ele não está deixando esta corrida. Ele está nesta corrida e eu o apoio", disse Ocasio-Cortez a repórteres na segunda-feira (8).

Ayanna Pressley, membro de Massachusetts do Squad, disse que seus colegas democratas "estavam perdendo o rumo" ao tentar destituir Biden.

Para muitos, a mudança de tom foi surpreendente. Em uma inversão da ordem usual, aqueles que agora ameaçam Biden não são os jovens radicais do partido, mas membros de longa data do establishment democrata, como o senador da Virgínia Mark Warner, assim como doadores da campanha em Wall Street e em Hollywood.

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O apoio do Squad a Biden ainda não é universal. Uma integrante, Rashida Tlaib, uma deputada palestino-americana de Michigan, tem sido crítica vocal ao apoio do presidente à guerra de Israel em Gaza e instou os democratas em seu estado a votarem contra ele na eleição primária do partido, em fevereiro.

Mais de 100 mil democratas —em um estado crucial que Biden venceu por apenas 154 mil votos em 2023— se opuseram a ele na primária, expondo algumas das divisões no partido que agora estão novamente evidentes no debate sobre o destino do presidente. Tlaib e outros membros do Squad não responderam a pedidos de comentário.

Quanto aos outros membros do grupo, um consultor democrata tradicional ficou tão perplexo com a adesão deles a Biden que suspeitou de um motivo cínico: ao apoiar um presidente enfraquecido, essa pessoa especulou, talvez estivessem dispostos a aceitar uma presidência de Trump, já que isso vigoraria sua causa progressista?

Na verdade, dizem os progressistas, é menos complicado do que isso. Enquanto Biden permanecesse na corrida, disse um estrategista que aconselhou candidatos socialistas, havia pouco benefício em se opor a ele e talvez algum crédito a ser acumulado por apoiá-lo.

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