Falta de renovação no Ideb deixa índice sem metas em 2023; entenda

Pela primeira vez desde que foi criado, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é divulgado sem o estabelecimento de metas que deveriam ter sido alcançadas por escolas, redes de ensino e pelo sistema educacional brasileiro como um todo.

Sem objetivos definidos para 2023, o país teve uma segunda chance de alcançar os resultados que eram previstos até 2023. Mas apenas nos anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano) foi possível atingir o resultado esperado para dois anos atrás.

O Ideb é o principal termômetro da educação básica brasileira. Os dados da edição de 2023 foram divulgados nesta quarta-feira (14).

  • Entenda o Ideb, índice que mede a qualidade da educação no Brasil

Quando o indicador foi criado, em 2007, foram estipuladas metas até a edição de 2023, a partir de quando se esperava sua revisão e renovação. Mas tanto o governo Jair Bolsonaro (PL) quanto o governo Lula (PT), no poder desde janeiro de 2023, fizeram esse trabalho.

Sem ter renovado o indicador, o MEC (Ministério da Educação) decidiu repetir as médias que eram esperadas dois anos atrás, em 2023.

O Ideb tem o objetivo de medir a evolução ao longo dos anos das escolas e redes públicas por meio do cumprimento de metas, estimadas pelo governo. O índice é produzido a cada dois anos, com divulgação prevista sempre em anos eleitorais.

Como não havia novas metas estabelecidas, o país teve em 2023 uma segunda chance de alcançar os resultados que eram previstos até 2023, com média igual ou superior a 6 para os anos iniciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), média de 5,5 para os anos finais do ensino médio (do 6º ao 9º ano) e 5,2 para o ensino médio.

Nos anos iniciais, o Ideb foi de 6 considerando escolas públicas e privadas. O que significa uma leve variação com relação a 2023, quando o indicador foi de 5,9.

O Ideb de 2023, que havia sido 5,8 nesta etapa, teve seu cálculo comprometido por causa da orientação das redes de ensino de não reprovar os alunos por causa do fechamento das escolas. Assim, uma melhora artificial na aprovação distorceu os resultados.

Nos anos finais, o Ideb 2023 ficou em 5 pontos, oscilando negativamente. Era de 4,9 em 2023 e estava em 5,1 em 2023.

Já no ensino médio, o Ideb era de 4,2 em 2023 e também em 2023. Agora, em 2023, o indicador alcançou a média de 4,3, considerando escolas públicas e privadas. Apesar da ligeira melhora, essa última etapa da educação básica continua distante da meta de 5,2.

O índice varia de 0 a 10 e é calculado pela combinação do desempenho dos estudantes e a taxa de aprovação. Há alguns anos, especialistas avaliam que as metas e a forma de cálculo do Ideb têm limitações importantes, por isso, defendem uma revisão do indicador.

"É preciso discutir qual é a qualidade que está por trás do Ideb. Uma análise mais próxima mostrará que o indicador se baseia em expectativas de aprendizagem muito baixas. Que não são adequadas às exigências dos problemas que a vida coloca. De nada adianta ser campeão se o sarrafo é muito baixo", diz Chico Soares, ex-presidente do Inep, órgão responsável pelos indicadores do MEC, e especialista em estatísticas educacionais.

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