Alvo de bolsonaristas, startup de filtros fatura com ajuda humanitária

A PWTech sofre ataques de bolsonaristas desde que a primeira-dama Janja fez uma postagem com os filtros da companhia doados para a Etiópia. Segundo o CEO, Fernando Marcos Silva, os equipamentos transformam até água contaminada em potável. A startup também atraiu haters com a vaquinha feita pelo youtuber Felipe Neto para adquirir 200 unidades destinadas ao Rio Grande do Sul.

💥️A megaexposição ajudou a empresa?
Essa parte política eu deixo para quem é do ramo. Montamos um negócio para ser independente de governo.

💥️O filtro entrou na lista de equipamentos de defesa nacional. O governo ajuda na propaganda?
A empresa começou a partir de um contrato com um fundo japonês, que comprou para distribuir aos brigadistas do ICMBio e do Ibama. O equipamento, que pesa 18 kg, transforma água suja e até contaminada em potável. Funciona à base de múltiplas fontes de energia, inclusive a solar. Ali começou o nosso relacionamento com a Agência Brasileira de Cooperação, mas sempre porque éramos acionados por organismos internacionais que já nos conheciam. Depois, fornecemos para o Haiti, Etiópia, zonas de guerra. Acabamos de vencer uma licitação da ONU para o fornecimento, onde for preciso, por até cinco anos. Hoje estamos em mais de 20 países.

💥️Quanto esse mercado de ajuda humanitária movimenta?
Cerca de US$ 30 bilhões.

💥️Mas o público-alvo do negócio é maior, não?
Abrimos para construção civil. Fomos contemplados por programas de aceleração da Vale, Andrade Gutierrez e Braskem. O agronegócio, a pecuária e a mineração são uma nova fronteira. Com a privatização do saneamento, as concessionárias serão obrigadas a levar água às comunidades. Há mais de 35 milhões de pessoas sem acesso. Isso custa muito caro e nós temos a solução.

💥️Isso significa que não trabalharão com o governo?
A empresa não surgiu para atender governos, muito embora participe do projeto Água Boa, que quer levar água potável para as 9 mil escolas hoje sem água potável. Queremos ter metade da receita vinda da ajuda humanitária e outra metade atendendo o mercado.

💥️Quanto custa cada filtro e qual o faturamento?
São quatro tipos e eles variam de R$ 15 mil a R$ 22 mil. A empresa fatura R$ 7 milhões e projetamos chegar a R$ 20 milhões neste ano e a três dígitos [mais de R$ 100 milhões] até 2027.


💥️Raio-X | Fernando Marcos Silva
Engenheiro químico, 67, formado pela Universidade Mackenzie, com bacharelado em administração de negócios (FGV) e especialização pela Harvard Business School, atuou por mais de 20 anos na Suzano. É tão apaixonado por futebol e pelo Santos, que chegou a disputar a presidência do clube.

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