PF encontra suposto áudio de Ramagem para interferir em caso de Flávio sobre rachadinhas

A Polícia Federal encontrou um áudio "possivelmente gravado" pelo ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem (PL) de uma conversa com Jair Bolsonaro (PL) e o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre o caso das "rachadinhas" de Flávio Bolsonaro.

O diálogo foi encontrado em representação da PF, na investigação sobre a chamada "Abin paralela" no governo de Bolsonaro. Operação deflagrada nesta quinta-feira (11) prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Ramagem, que hoje é deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.

Na conversa, que inclui "possivelmente" a advogada de Flávio, segundo a PF, eles tratam de supostas irregularidades que teriam sido cometidas pelos auditores da Receita Federal na confecção do relatório de inteligência fiscal que deu origem à investigação das chamadas rachadinhas.

O caso abordava o possível do desvio de parte dos salários dos funcionários da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) do gabinete de Flávio, quando deputado estadual no Rio.

No áudio, segundo a PF, é possível identificar a atuação de Ramagem indicando que seria necessária a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da receita. A medida teria o objetivo de anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos.

O documento da polícia também afirma que foram achadas provas que destacaram a atuação do policial federal Marcelo Araújo Bormevet e do militar Giancarlo Gomes Rodrigues em ações clandestinas para "achar podres e relações políticas" contra estes auditores. Os dois agentes foram presos nesta quinta-feira (11).

Bormevet foi segurança de Bolsonaro na campanha de 2018 e nomeado por Ramagem para comandar o CIN (Centro de Inteligência Nacional), estrutura criada pelo atual deputado na Abin. Já Giancarlo era subordinado a Bormevet na Abin.

O relatório da PF diz também que Ramagem pode "ter faltado com a verdade", em seu depoimento ao órgão na condição de testemunha, pois não considerou a diligência de "achar podres e relações políticas", com a confecção de dossiês dos servidores da Receita Federal.

Ramagem respondeu aos policiais que houve "imputação falsa" e que Bormevet havia participado da segurança do então candidato à presidência da República Bolsonaro e que o convocou "pela sua experiência como analista de inteligência na PF", "tendo hoje ótimo relacionamento também com os servidores da Abin".

Ele também afirmou que Bormevet não conhece pessoalmente, nem tem contato com o senador Flávio Bolsonaro, ou com as suas advogadas. Além disso, declarou que não havia possibilidade do servidor ter elaborado qualquer documento para o senador ou para as advogadas.

Ramagem acrescentou que as atribuições do servidor eram relacionadas a coordenação de pesquisas para nomeações e em apoio à produção de conhecimentos para os setores da Abin, quando demandado.

Bormevet, em depoimento, negou que tenha sido demandado por Ramagem ou que tenha feito algum documento ou diligência para auxiliar a defesa de Flávio.

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