Entenda por que bafômetro não pode ser driblado, mesmo se pão de forma virar vilão no trânsito

Após um estudo da Proteste sugerir que algumas marcas de pão de forma podem ter teor alcoólico elevado, esses alimentos devem entrar em listas populares do que não deve ser consumido antes de dirigir.

Mas o produto dificilmente poderá ser usado como um dos truques que inundam sites e redes sociais para supostamente burlar o teste do bafômetro —nenhum deles com eficácia comprovada.

Entre as medidas sugeridas na internet para driblar o teste estão comer açúcar, beber refrigerante ou água com gás, bochechar vinagre, arrotar repetidamente, chupar moedas, e até provocar hiperventilação. Não há provas de que nenhuma delas funcione.

O aparelho usado no teste do bafômentro, chamado oficialmente de etilômetro, captura o álcool que já circula na corrente sanguínea por meio do ar expelido pelos pulmões. Por isso, não é possível camuflar a presença da substância com truques.

"Tenho 50 anos de atuação na medicina. Não existe mecanismo algum que comprove cientificamente essas afirmações das lendas na internet", diz José Heverardo da Costa Montal, diretor na Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.

A lista de lorotas conta com várias explicações. A de chupar moedas, por exemplo, teria efeito porque o cobre neutralizaria o álcool, e beber água ou refrigerante poderia diluir a substância. Arrotar seria para juntar no sopro os gases do estômago, mascarando o resultado.

Todas essas opções, em geral, são contestadas pela origem do ar que é soprado no bafômetro. E quem por acaso tentasse a hiperventilação desmaiaria em dois minutos, muito antes de ver qualquer resultado.

"O equipamento vai capturar o ar alveolar expirado. O álcool já circulou no sangue, chega no pulmão e vai ser eliminado", afirma o médico. E demora até que o álcool seja totalmente eliminado do corpo, com variações para cada pessoa. "Calcula-se que metade da quantidade [de álcool] ingerida demore cerca de cinco horas para ser eliminada."

O levantamento da Proteste sobre pães de forma ainda deve ser encaminhado, segundo a própria associação, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com uma sugestão para limitação de teor alcoólico nos produtos.

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