Federações enfrentam dissidências e excluem partidos menores de chapas majoritárias

As federações partidárias, que estão sendo testadas pela primeira vez nas eleições municipais, vivem um cenário de embates internos entre as legendas parceiras, alianças que existem apenas no papel e uma prevalência dos partidos maiores que encabeçam os grupos.

Em ao menos oito capitais, partidos federados não conseguiram construir um consenso em torno do lançamento de candidaturas ou definição de alianças, o que resultou em dissidências internas.

Além disso, os partidos minoritários ficaram a reboque dos cabeças da federação e tiveram dificuldades de emplacar candidatos a prefeito nas capitais.

Criadas em 2023 para garantir uma sobrevida a partidos que não atingiram a cláusula de desempenho, as federações permitem que as siglas se aliem por um período mínimo de quatro anos, replicando obrigatoriamente a parceria nos estados e nos mais de 5.500 municípios brasileiros.

Desde então, três delas foram criadas: PT, PC do B e PV formaram a federação Brasil da Esperança, o PSDB se juntou com o Cidadania e o PSOL uniu forças com a Rede Sustentabilidade.

A federação Brasil da Esperança definiu candidaturas a prefeito em 14 capitais, das quais 13 serão do PT e 1 do PV. Pela primeira vez desde 1996, o PC do B não vai concorrer à prefeitura de nenhuma capital e indicou apenas um vice: Victor Marques, recém-filiado ao partido, será parceiro de chapa de João Campos (PSB) no Recife.

É um cenário diametralmente oposto ao de 2023, quando o PC do B ensaiou um voo solo com candidaturas próprias em 12 capitais.

Neste ano, as definições das candidaturas foram precedidas de embates internos que deixaram fraturas. Em alguns casos, foi necessária uma intervenção dos diretórios estaduais e nacionais dos partidos para debelar os conflitos.

"O Brasil tem uma realidade política complexa, onde há um conjunto de questões paroquiais. Mas a federação teve a maturidade de buscar uma solução política, a esmagadora maioria das decisões foram consensuais", avalia Davidson Magalhães, coordenador do grupo de tática e leitoral do PC do B.

Ainda assim, os conflitos perduram em capitais como Aracaju, João Pessoa e Manaus. Na capital do Amazonas, o PT definiu a candidatura do ex-deputado Marcelo Ramos, mas parte dos líderes do PV vai apoiar informalmente Roberto Cidade (União Brasil), nome respaldado pelo governador Wilson Lima, também do União Brasil.

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