No Ministério da Justiça, o progressismo possível

Um realismo progressista teria sido a chave da folgada vitória do Partido Trabalhista britânico, pondo fim a 14 anos de domínio dos conservadores.

É o que argumenta, em artigo para a revista americana The Atlantic, a escritora e jornalista Anne Applebaum. Segundo ela, a receita vitoriosa consistiria em menos guerra ideológica, mais sintonia fina com as preocupações das pessoas comuns e uma linguagem capaz de chegar a elas.

Realismo, por sinal, é o que não tem faltado ao presidente Lula. Para isso, o empurram o seu conhecido tino político, o desenho de nossas instituições, que favorece a moderação política, bem como o fato de o PT e seus aliados de esquerda estarem longe de ser maioria no Congresso.

Por realismo, o progressismo do governo tem se concentrado na agenda socioeconômica: arcabouço fiscal, reforma tributária, de um lado; de outro, valorização do salário mínimo, Bolsa Família —e os novos programas Desenrola e Pé-de-Meia—, reconstrução das capacidades do SUS e do Ministério da Educação depredadas pelo bolsonarismo.

Por outro lado, a administração federal tem fugido como o diabo da cruz de temas que, sendo caros às esquerdas ­­—além de imperativos civilizatórios—, se tornaram alvo preferencial da extrema direita: demarcação de terras indígenas; aborto legal; combate ao preconceito contra pessoas LGBTQIA+; tratamento digno à população carcerária; regulamentação do acesso a drogas; políticas de segurança pública respeitosas dos direitos individuais.

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