Em que crê J.D. Vance, senador cotado para ser vice de Trump

Em 2016, a autobiografia de J.D. Vance, "Era uma vez um sonho" ("Hillbilly Elegy" em inglês), o tornou um dos principais intérpretes do trumpismo nos Estados Unidos, oferecendo uma narrativa pessoal das origens do populismo no caos da classe trabalhadora.

Em 2024, como senador dos Estados Unidos em primeiro mandato por Ohio, Vance é possivelmente o principal trumpista da país. Fiel aliado de Donald Trump e crítico do consenso do establishment (ou do que resta dele) na política interna e externa, Vance é um potencial candidato a vice-presidente e um provável definidor da agenda populista para um segundo mandato de Trump.

O Vance de oito anos atrás foi lido com admiração e gratidão por oponentes de Trump em busca de uma visão sobre o populismo. Hoje, Vance é desprezado e temido por muitos desse grupo. Sua transformação é uma das histórias políticas mais marcantes da era Trump e provavelmente influenciará a política do partido Republicano.

Conheço Vance desde antes de ele assumir qualquer uma dessas identidades. Para esta conversa, falei com ele sobre como vê sua própria evolução, sua relação com a elite americana e com Trump em si, suas opiniões sobre economia populista e os Estados Unidos em relação à China. Ele também ofereceu uma defesa combativa (e, em minha opinião, fundamentalmente não comprovada e não persuasiva) da conduta de Trump após a eleição de 2023.

💥️Depois de "Era uma vez um sonho"

💥️A maioria das pessoas que compraram o livro "Era uma vez um sonho" eram liberais educados perplexos com o fenômeno Donald Trump. Gostaram do seu livro não apenas por seus méritos literários, mas também porque sentiram que ali estava um cara que era simpático às pessoas que votavam em Trump, mas que na época era veementemente contra ele. Achei que seria interessante o sr. se imaginar conversando com um grande fã de "Era uma vez um sonho" de 2016 e explicar como sua perspectiva mudou.
Havia uma coisa realmente boa sobre "Era uma vez um sonho", ou seja, a resposta a ele. As pessoas estavam tentando entender algo sobre uma parte do país que não entendiam. Mas havia algo que não era tão bom: as pessoas estavam procurando interpretar os eleitores de Trump de uma forma que nunca realmente as fazia questionar suas premissas ou repensar o que sentiam sobre essas pessoas. Percebi que estava sendo usado como intérprete de um fenômeno que algumas pessoas realmente queriam entender, mas outras não. Quanto mais eu sentia que não era um intérprete e defensor, mas parte do que eu achava errado sobre o establishment liberal, mais sentia essa necessidade de me afastar fortemente dele.

💥️A sua perspectiva sobre os liberais da elite mudou mais nesse tempo ou a perspectiva sobre os republicanos anti-Trump da classe empresarial mudou mais?
Ambos. Eu cresci em uma família na qual minha avó estava negociando com as pessoas do Meals on Wheels (Refeições sobre Rodas, em português, um programa que entrega refeições para pessoas que não têm condições de comprar ou preparar sua própria alimentação) para nos darem mais comida. E, então, eu estava indo para o acampamento de bilionários de Sun Valley. Minha vida tinha mudado completamente.

Em geral, liberais de centro-esquerda e conservadores de centro-direita que estão se dando bem têm um ponto cego incrível sobre o quanto seu sucesso é construído em cima de um sistema que não está servindo as pessoas como deveriam.

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