Após pressão de familiares, Temer desiste de apoio oficial a Bolsonaro
O ex-presidente Michel Temer (MDB) vota no campus Monte Alegre da PUC, no bairro de Perdizes, zona oeste da cidade de São Paulo — Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
O ex-presidente Michel Temer (MDB) desistiu de apoiar oficialmente o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial.
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Em nota, Temer diz que aplaudirá a candidatura que "defender a democracia, cumprir rigorosamente a Constituição, promover a pacificação, manter as reformas já realizadas no meu governo e propor ao Congresso Nacional as reformas que já estão na agenda do país".
O comunicado, no entanto, faz uma sinalização a Bolsonaro, principalmente quando defende a manutenção “das reformas já realizadas no meu governo”. O PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já defendeu a revogação do teto de gastos e a suspensão de trechos da reforma trabalhista.
As filhas de Temer ficaram insatisfeitas com o encontro que o pai teria no fim de semana com Bolsonaro para declarar apoio a ele. Luciana Temer, por exemplo, tem posições públicas progressistas e já foi secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da cidade de São Paulo durante a administração de Fernando Haddad.
Temer ensaiava uma aproximação com o PT, mas a operação acabou suspensa após Lula afirmar no debate da 💥️Globo que o ex-presidente era "golpista". Havia a expectativa de que o emedebista anunciaria, até o fim desta semana, o seu apoio a Bolsonaro.
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Temer foi vice-presidente de Dilma Rousseff e assumiu a chefia do Executivo após o impeachment da petista, em 2016. Três anos depois, Temer disse durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, nunca ter apoiado o "golpe", forma como apoiadores de Dilma classificam o impeachment.
Em agosto deste ano, em entrevista ao Jornal Nacional antes do primeiro turno, Lula citou Temer em tom elogioso. O petista falou sobre a atuação do emedebista como presidente da Câmara quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi presidente.
“Quando o Fernando Henrique Cardoso teve o segundo mandato, ele mandou medidas para poder evitar que o Brasil quebrasse, e ele tinha como presidente Câmara o Temer, que ajudou a aprovar as coisas, não trabalhou contra”, disse.
O MDB, partido de Temer, liberou nesta quarta-feira (5) os diretórios estaduais a apoiarem o ex-presidente Lula ou o presidente Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial.
No primeiro turno, o partido teve a senadora Simone Tebet como candidata a presidente. A senadora obteve 4,9 milhões de votos (4,1%). Também na quinta, Tebet anunciou apoio a Lula.
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