Boris Johnson, Rishi Sunak e Penny Mordaunt: quem está na frente na corrida para primeiro-ministro do Reino Unido
O ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson é visto no Aeroporto de Gatwick, perto de Londres, na Inglaterra, em 22 de outubro de 2022 — Foto: REUTERS/Henry Nicholls
Boris Johnson precisa obter apoio suficiente neste domingo (23) para conseguir fazer um retorno surpreendente como primeiro-ministro britânico. Figuras proeminentes e possíveis apoiadores dele se uniram em torno de Rishi Sunak, ex-ministro que desencadeou uma rebelião ministerial contra Johnson.
Após a renúncia de Liz Truss na quinta-feira (20), começou uma corrida em busca de apoios para concorrer ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. Pelas regras da próxima eleição interna, para ser candidato é preciso ser indicado por pelo menos 100 deputados do Partido Conservador, que tem a maioria na câmara britânica. 💥️(Entenda melhor como será a votação no final dessa reportagem)
Pela contagem da rede britânica BBC até as 14h deste domingo, a quantidade de apoiadores de cada possível candidato era a seguinte:
O partido tem 357 membros no parlamento, mas apenas 227 declararam apoio público. Somente Rishi Sunak e Penny Mordaunt disseram abertamente que têm interesse em concorrer à vaga.
Sunak, ex-ministro das Finanças do país, de 42 anos, confirmou no domingo que entraria na competição para substituir Liz Truss, prometendo enfrentar a "profunda crise econômica" do país com "integridade, profissionalismo e responsabilidade".
Sunak ficou em segundo lugar na eleição anterior, em setembro, para substituir Boris Johson e que deu a vitória a Truss. Mordaunt ficou em terceiro lugar.
O ex-primeiro-ministro voltou antecipadamente do Caribe, onde passava férias, para tentar garantir o apoio de 100 legisladores e se tornar um possível candidato.
Os apoiadores de Johnson dizem que ele garantiu esse número, mas que muitos estão mantendo silêncio porque ainda têm empregos no governo.
Quando ele foi eleito, em 2023, foi apoiado por diferentes facções do partido. Desta vez, no entanto, muitos apoiadores anteriores disseram a Johnson que ele deveria se afastar e que o país precisa de estabilidade após as caóticas seis semanas de Truss no poder, que provocaram turbulências nos mercados financeiros.
Johnson também ainda está enfrentando uma investigação do comitê de privilégios que avalia se ele mentiu para o Parlamento sobre as festas em Downing Street durante o lockdown da Covid-19. Ele pode ser forçado a renunciar ou ser suspenso do cargo se for considerado culpado.
"Este não é o momento para o estilo de Boris", disse Steve Baker, um influente legislador à direita do partido, à rede britânica Sky News. "Receio que o problema seja por causa do voto dos privilégios, Boris seria um desastre garantido".
2 de 3 O ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, ficou em segundo lugar na disputa de setembro para líder do Partido dos Conservadores no Reino Unido — Foto: REUTERS/John Sibley
O ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, ficou em segundo lugar na disputa de setembro para líder do Partido dos Conservadores no Reino Unido — Foto: REUTERS/John Sibley
Se escolhido, Sunak seria o primeiro de origem indiana no cargo de premiê do Reino Unido. Sua família migrou para a Grã-Bretanha na década de 1960, um período em que muitas pessoas das antigas colônias britânicas foram ajudar a reconstruir o país após a Segunda Guerra Mundial.
Depois de se formar na Universidade de Oxford, ele mais tarde foi para a Universidade de Stanford, onde conheceu sua esposa Akshata Murthy, cujo pai é o bilionário indiano N. R. Narayana Murthy, fundador da gigante indiana de terceirização Infosys Ltd.
Sunak chamou a atenção nacional pela primeira vez quando, aos 39 anos, tornou-se ministro das Finanças sob a administração de Johnson assim que a pandemia chegou à Grã-Bretanha, desenvolvendo um esquema de licença para apoiar milhões de pessoas através de múltiplos bloqueios.
"Eu servi como um chanceler, ajudando a orientar nossa economia nos momentos mais difíceis", disse Sunak em um comunicado no domingo. "Os desafios que enfrentamos agora são ainda maiores. Mas as oportunidades - se fizermos a escolha certa - são fenomenais."
Apesar das pesquisas mostrarem que Sunak é mais popular no país, ele continua profundamente impopular com grande parte da filiação partidária depois que o culparam por derrubar Johnson.
3 de 3 A ministra de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, durante campanha em eleição anterior para cargo de primeira-ministra do Reino Unido — Foto: REUTERS/Henry Nicholls
A ministra de Comércio Internacional, Penny Mordaunt, durante campanha em eleição anterior para cargo de primeira-ministra do Reino Unido — Foto: REUTERS/Henry Nicholls
Na eleição anterior, que deu vitória a Truss, Penny Mordaunt ficou em terceiro lugar. Ela foi a primeira a anunciar que tentaria concorrer novamente. Apesar de só ter apoio declarado de poucos deputados, ela disse que continuava na corrida para vencer.
"Estou muito confiante sobre o progresso que estamos fazendo. Eu digo a vocês que estou nisso para ganhar", disse Mordaunt em uma entrevista.
Ex-secretária de Defesa, Mordaunt era uma apaixonada defensora da saída da União Europeia. Mordaunt ganhou elogios por sua atuação no parlamento na segunda-feira (17), quando defendeu o governo, mesmo que revertesse a maioria de suas políticas.
Um parlamentar descreveu Mordaunt como tendo "amplo apelo", referindo-se à sua capacidade de encontrar amigos nas várias tribos do partido. Se ela não conseguir pelo menos 100 apoiadores, nem entrará na disputa.
A britânica Liz Truss renunciou aos postos de líder do Partido Conservador e de primeira-ministra do Reino Unido nesta quinta-feira (20), abrindo novamente eleições para o cargo. A última eleição havia sido definida há pouco mais de um mês, no dia 5 de setembro.
Para escolher quem irá substitui-la, será feita uma votação interna pela liderança entre os membros do Partido Conservador. Por serem a maioria do Parlamento britânico, são eles que definem quem será o primeiro-ministro.
Diferente do processo para substituir Boris Johnson, que durou em torno de três meses, o novo líder do governo britânico será definido bem mais rapidamente, sendo anunciado até o dia 28 de outubro. 💥️Veja abaixo as regras:
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